terça-feira, 24 de março de 2009

Iogurte antiúlcera

Um novo tipo de iogurte que combate a bactéria causadora de gastrite e úlcera estomacal foi um dos destaques entre as apresentações realizadas no 237º Encontro Nacional da Sociedade Química dos Estados Unidos, em Salt Lake City. Segundo os autores da pesquisa, feita no Japão, os efeitos são similares aos de vacinas. Os estudos clínicos foram feitos com 42 voluntários que testaram positivamente para a presença da Helicobacter pylori. A bactéria, ao lado do uso excessivo de drogas antiinflamatórias, responde pela maior parte dos casos de úlcera no estômago. Estudos recentes também associaram a H. pylori com desnutrição, deficiência de crescimento e outros problemas de saúde. Por tudo isso, cientistas têm tentado encontrar maneiras eficientes e mais econômicas de lidar com a bactéria. Úlceras causadas pela H. pylori podem ser tratadas eficazmente por meio de antibióticos e antiácidos, mas tal tratamento não está facilmente disponível para os países mais pobres. No novo estudo, Hajime Hatta, professor de Alimentos e Nutrição da Universidade Feminina de Kyoto, e colegas observaram que a bactéria usa a proteína urease para atingir a parede estomacal. Os cientistas partiram para uma abordagem clássica de produção de vacinas, injetando urease em galinhas de modo que o sistema imunológico das aves produzisse anticorpo para a proteína. O anticorpo, denominado IgY-urease, foi isolado pelos pesquisadores a partir dos ovos postos pelas galinhas. Em seguida, os voluntários foram divididos em dois grupos: o primeiro consumiu dois copos por dia, durante quatro semanas, de iogurte contendo o anticorpo; o segundo ingeriu a mesma quantidade pelo mesmo tempo, mas de iogurte sem o anticorpo. Segundo os autores do estudo, os níveis de ureia – cuja hidrólise é catalisada pela urease – diminuíram significativamente no grupo que ingeriu iogurte com IgY-urease, em comparação com o grupo controle, indicando a redução da atividade bacteriana. “Os resultados indicam que a supressão de infecção por H. pylori em humanos pode ser alcançada pelo consumo de iogurte fortificado com o anticorpo para a urease”, afirmou Hatta. De acordo com o pesquisador, embora o iogurte tenha se mostrado menos eficiente do que os antibióticos para reduzir os níveis da bactéria no estômago, seu consumo é mais fácil e ele pode ser ingerido como parte de uma dieta regular. Hatta explica que o anticorpo não afeta o gosto do produto. Mas o cientista destaca que seu consumo não é irrestrito, devendo ser evitado por pessoiogurteas alérgicas a leite ou ovos. Os cientistas fizeram a transferência da tecnologia para uma empresa japonesa, que começou a vender o iogurte no país e na Coreia do Sul. O trabalho apresentado foi Prophylactic effect of an anti-Helicobacter pylori IgY in human  volunteer test.

Para saber mais (fonte): Agência FAPESP

domingo, 22 de março de 2009

Anabolizantes maquiados

Um estudo feito no Estado de São Paulo pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL) concluiu que um em cada quatro produtos comercializados em academias de ginástica como suplementos nutricionais para praticantes de atividade física tem substâncias de natureza esteroidal não declaradas nos rótulos. O trabalho analisou 111 produtos comercializados na capital e no interior paulista, apreendidos pelos serviços de vigilância sanitária locais. As análises, realizadas por meio de técnica conhecida por screening por cromatografia em camada delgada, foram realizadas no Laboratório de Antibióticos e Hormônios do Instituto Adolfo Lutz, órgão vinculado à Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Do total de 28 amostras (25,5%) que apresentaram substâncias esteroidais destinadas ao desenvolvimento de massa muscular, 7% tinham sais de testosterona em suas fórmulas. “A identificação dos sais indica que esses produtos contêm esteróides anabolizantes e estão sendo vendidos ilegalmente”, disse Maria Regina Walter Koschtschak, pesquisadora da Seção de Antibióticos do IAL que participou das análises, à Agência FAPESP. “Em contrapartida, 18,5% dos suplementos analisados também apresentaram substâncias de natureza esteroidal, mas que não pudemos identificar com precisão devido à falta de padrões de comparação com outras substâncias puras.” Esteróides anabolizantes são drogas fabricadas para substituir a testosterona, o hormônio masculino fabricado pelos testículos que ajuda no crescimento dos músculos (efeito anabólico) e no desenvolvimento das características sexuais masculinas (efeito androgênico). “A importância do estudo está na demonstração dos riscos que muitos atletas no Brasil correm ao consumir substâncias desconhecidas, ainda mais se tratando de drogas perigosas que oferecem efeitos colaterais muito variados”, afirmou Maria Regina. Segundo ela, duas portarias de 1998 da legislação brasileira regulamentam os suplementos fixando identidade e características mínimas de qualidade, excluindo os produtos que contenham substâncias farmacológicas estimulantes, hormônios e outras substâncias consideradas como doping pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). O levantamento também apontou que 85,6% dos suplementos analisados não apresentavam informações de procedência e, das demais amostras, 5,4% eram nacionais e 9%, importadas. O trabalho mostrou ainda que a forma mais frequente de apresentação dos produtos foi a de cápsula, representando 41% do total de amostras analisadas, por apresentar uma maior facilidade na manipulação e incorporação de outras substâncias farmacologicamente ativas.  De acordo com o trabalho, alguns dos fatores que contribuem para a explosão de consumo dessas substâncias são o apelo da publicidade, a prática do fisiculturismo e o culto exagerado ao corpo, que enfatiza o desenvolvimento muscular conhecido como vigorexia. Além disso, a disponibilidade e o livre acesso pela internet aos suplementos nutricionais no comércio internacional e, no Brasil, o consumo nas academias de ginásticas sem orientação de profissionais de saúde resultaram na popularização do uso desses produtos por atletas profissionais e amadores. “Como consequência da explosão do consumo dos alimentos para praticantes de atividade física e dos suplementos vitamínicos e minerais, estimativas mostram que o mercado mundial desses produtos movimenta cerca de US$ 46 bilhões por ano”, contou Maria Regina. Os hormônios precursores de testosterona apresentam efeitos androgênicos e forte atividade anabólica. “Teoricamente, essas substâncias aumentam a produção de hormônios masculinos por meio do incremento da concentração de precursores exógenos de testosterona. De acordo com os regulamentos do COI, esses hormônios estão classificados na categoria de esteróides anabólicos proibidos”, explicou. Outro estudo para a detecção de anabolizantes, coordenado pela Comissão Médica do COI, revelou que 94 das 634 amostras de suplementos nutricionais, provenientes de 215 fabricantes de 31 países, continham substâncias não declaradas que poderiam levar a um teste positivo de doping aos usuários desses suplementos. De acordo com a pesquisadora do Instituto Adolfo Lutz, outro fator que influenciou o crescimento do consumo dos suplementos nutricionais foi a passagem do controle desses produtos, em 1994, nos Estados Unidos, do Food and Drug Administration (FDA) para o Dietary Supplement Health and Education (DSHEA). “O DSHEA define os suplementos dietéticos como sendo aqueles que suprem as necessidades de um ou mais nutrientes, como vitaminas, minerais e enzimas. Além dessas substâncias, são permitidos extratos vegetais, aminoácidos, melatonina e precursores da testosterona, chamados de pró-hormônios, entre os quais a androsteniona, a dehidroepiandrosterona e o androstenediol”, disse Maria Regina. A pesquisadora destaca que, quando ingeridas sem orientação médica, essas substâncias podem causar problemas como impotência sexual, desordens menstruais, insônia, dor de cabeça, acne, aumento dos níveis de colesterol, problemas cardíacos, crescimento indevido de pelos, aumento de agressividade, engrossamento da voz, aumento da pressão sanguínea e até infarto do miocárdio.

Para saber mais (fonte): Agência FAPESP

sexta-feira, 20 de março de 2009

Estudo liga hábito de comer rapidamente à obesidade

Comer muito rapidamente pode ser o suficiente para quase dobrar o risco de uma pessoa ser obesa, segundo um estudo de pesquisadores japoneses.  Cientistas da Universidade de Osaka analisaram os hábitos alimentares de cerca de 3 mil pessoas e relataram os resultados no "British Medical Journal".  O estudo examinou a relação entre a velocidade na hora de comer, a sensação de estar "cheio" e estar acima do peso.  Quase metade dos voluntários disse que tinha a tendência de comer rapidamente.  Comparados com quem não comia rapidamente, os homens com esse hábito tinham 84% mais chances de estar acima do peso, e as mulheres tinham duas vezes mais chances.  Além disso, aqueles que, além de comer rapidamente, tinham a tendência de comer até se sentirem "cheios", tinham mais que o triplo de risco de estar acima do peso.  O professor Ian McDonald, da Universidade de Nottingham, disse que há várias razões pelas quais comer rapidamente pode contribuir para a obesidade.  Segundo ele, o hábito pode interferir com o sistema de sinalização que diz ao cérebro para parar de comer porque o seu estômago está cheio.
"Se você come rapidamente, você está enchendo o seu estômago antes que essa sinalização ocorra", afirmou.  Jason Halford, diretor da Kissileff Human Ingestive Behaviour Laboratory da Universidade de Liverpool, disse que a maneira como comemos está cada vez mais sendo vista como uma área-chave em pesquisas sobre obesidade, especialmente desde a publicação de estudos destacando a existência de uma variante genética ligada à "sensação de estar cheio".  Um estudo de Halford, publicado recentemente no "Journal of Psychopharmacology", concluiu que um remédio usado contra a obesidade funcionava ao desacelerar o ritmo no qual pacientes obesos comiam. “O que a pesquisa japonesa mostrou é que as diferenças de hábitos alimentares entre indivíduos levam ao consumo exagerado e estão relacionados à obesidade", afirmou.  "Outras pesquisas encontraram evidência de que isso acontece na infância, sugerindo que esses hábitos podem ser herdados ou aprendidos bem cedo", completou.  Ele disse, no entanto, que ainda não há evidência de que tentar diminuir o ritmo das refeições das crianças pode ter um impacto em níveis de obesidade no futuro.

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde

quarta-feira, 18 de março de 2009

Óleo de peixe contra depressão

óleopeixe Estudos epidemiológicos feitos há mais de uma década em várias partes do mundo têm apontado uma relação entre consumo de peixe e baixa incidência de casos de depressão. No Japão, Coréia e Chile, onde o consumo do alimento é elevado, essa incidência é consideravelmente menor que a observada em países como Alemanha ou Estados Unidos, cuja população ingere menos peixe e derivados. Esses resultados foram corroborados por pesquisas do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que mostraram que ácidos graxos poli-insaturados da família ômega-3, presentes no óleo de peixe, reduzem a depressão. O estudo foi realizado com um grupo de portadores da doença de Parkinson, que sofrem de depressão em 50% dos casos. “A introdução do óleo de peixe na alimentação dos portadores de Parkinson que acompanhamos revelou-se boa opção terapêutica para combater a depressão, principalmente por ser um suplemento com poucos efeitos colaterais”, disse a fisiologista Anete Curte Ferraz, coordenadora do estudo, realizado em parceria com a Associação Paranaense de Portadores de Parkinsonismo. “O produto é especialmente indicado para pacientes mais idosos que fazem uso de vários medicamentos”, ressaltou Ferraz. Os ácidos graxos da família ômega-3 podem ser encontrados em maior concentração em peixes e outros animais marinhos com elevado teor de gordura, especialmente os procedentes de regiões frias, como o salmão, a sardinha e o atum. Nozes e linhaça também são fontes da substância. O óleo de peixe, como a maioria dos lipídios (gorduras), possui ácidos graxos em sua estrutura. Essas substâncias – principalmente os ácidos docosahexaenoico e eicosapentanoico, que participam de processos bioquímicos importantes – estão presentes na membrana dos neurônios e são necessárias para o desenvolvimento e o funcionamento de certas células do cérebro. A dieta do mundo ocidental mudou drasticamente após a Revolução Industrial, quando houve aumento da ingestão de gordura saturada e trans, de ácidos graxos da família ômega-6, e redução dos ácidos graxos da família ômega-3. “Como consequência, o índice de neuropatologias associadas a essa modificação de hábitos alimentares aumentou”, disse a fisiologista. Mas estresse, alcoolismo e consumo elevado de nicotina e cafeína podem reduzir os níveis de ácidos graxos no organismo, agravando ou mesmo produzindo doenças. Os 31 portadores de Parkinson com depressão que participaram da pesquisa, ao longo de três meses, foram separados em dois grupos: um recebeu placebo (formulação farmacêutica sem atividade) e o outro foi tratado com uma suplementação de óleo de peixe. Alguns pacientes usavam antidepressivos há mais de um ano sem obter os efeitos desejados e outros não tomavam nenhum tipo de droga. O resultado dos testes mostrou redução de 50% dos sintomas depressivos em 42% dos pacientes que consumiram óleo de peixe. “Só 6% dos que receberam placebo apresentaram redução expressiva da depressão”, contou Ferraz. Como o número de voluntários que participaram do estudo é pequeno, não se pode, segundo ela, generalizar os dados obtidos para toda a população de parkinsonianos. “Mas eles apontam um resultado importante”, destacou. O mecanismo de ação antidepressiva do ômega-3 presente no óleo de peixe ainda é desconhecido, e a equipe da UFPR pretende avaliá-lo na próxima etapa do estudo. Isso será feito a partir do uso de modelos animais e por meio da análise do sangue de pacientes. O mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que destrói os neurônios dopaminérgicos, que produzem uma substância responsável por transmitir impulsos relacionados com os movimentos musculares. Cerca de 1% da população mundial é acometida pela doença, e sua causa permanece desconhecida. Calcula-se que 10% dos casos sejam de origem genética. Qualquer que seja a causa da doença, ela só é diagnosticada quando cerca de 60% dos neurônios que produzem dopamina estão degenerados e os níveis da substância ficam reduzidos a 20%. Os sintomas motores mais comuns são tremor, rigidez muscular e alterações posturais. Entretanto, manifestações não motoras também podem ocorrer, como comprometimento da memória, depressão, alterações olfativas e distúrbios do sono. A prevalência da doença de Parkinson na população é de 150 casos por 100 mil habitantes, e a cada ano surgem 20 novos casos por 100 mil habitantes. A depressão afeta cerca de 120 milhões de pessoas no mundo. Ela tornou-se bastante comum no século 20, e há estimativa de que uma em cada quatro pessoas vai sofrer algum transtorno neurológico durante a vida. A Organização Mundial da Saúde estima que a depressão será, por volta de 2020, a segunda maior causa de incapacidade na população de países desenvolvidos e a primeira causa nos países em desenvolvimento. A frequência da depressão na doença de Parkinson é elevada e, apesar do tratamento medicamentoso e psicoterapêutico, tende a reaparecer algum tempo após um primeiro acometimento. Isso se explica pela deficiência de dopamina, responsável por dificuldades motoras, e, em menor grau, de noradrenalina e serotonina, responsáveis pelo humor. Tais alterações na bioquímica do cérebro predispõem o paciente de Parkinson à depressão como doença subjacente. Além disso, pessoas que sofrem de depressão são três vezes mais propensas a desenvolver a doença de Parkinson. Embora o estudo da UFPR tenha verificado a ação do óleo de peixe para combater a depressão em portadores da doença de Parkinson, os pesquisadores acreditam que os ácidos graxos poli-insaturados da família ômega-3 possam ser efetivos contra a depressão causada por quaisquer circunstâncias. “Mas os efeitos do suplemento alimentar são temporários; perduram apenas enquanto são consumidos”, ressalta a coordenadora do estudo.

Para saber mais (fonte): Revista Ciência Hoje

sábado, 14 de março de 2009

Uva Isabel

uvaisabel Uma boa notícia para os apreciadores de uvas: estudo recente mostrou que uma das espécies mais cultivadas do Brasil, a uva Isabel (Vitis labrusca), apresenta efetivas propriedades antioxidantes. Em outras palavras, é capaz de combater radicais livres, moléculas altamente reativas que causam males ao organismo, como envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares e até câncer.  O resultado foi obtido pela nutricionista Maria Isabel S. Vedana e apresentado em sua dissertação de mestrado, defendida no Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Paraná.  A uva Isabel é a variedade mais consumida entre nós, ocupando aproximadamente metade dos plantios feitos no país. Seu nome é uma homenagem à agricultora norte-americana Isabella Gibbs, que começou o cultivo da espécie nos Estados Unidos no começo do século 19.  Vedana trabalhou com três tipos de derivados da uva: suco natural, geleia e extrato. Segundo ela, o processamento afeta diretamente a capacidade de ação dos compostos antioxidantes, uma vez que os expõe ao oxigênio, desestabilizando-os. “Os compostos fenólicos, que combatem radicais livres, estão mais concentrados na casca da fruta. Depois que a uva é triturada, eles começam a sofrer degradação”, explica.  Os testes foram feitos misturando-se soluções de radicais livres com amostras dos produtos derivados da uva. Dos três tipos testados, o extrato foi o que apresentou propriedades mais parecidas com as da fruta. Em seguida os resultados foram comparados com os de testes semelhantes feitos com o antioxidante artificial Trolox. “A amostra que revelou melhor resultado foi o extrato concentrado obtido a partir da fruta inteira, com casca, semente e sumo”, relata a pesquisadora. A geleia não teve bom desempenho, embora a casca da uva fizesse parte do preparo. Vedana acredita que isso se deva ao fato de as antocianinas (compostos fenólicos) se degradarem com o calor.  Na pesquisa, a autora comparou o desempenho do suco natural com o de três sucos industrializados. Destes, apenas um teve ação antioxidante maior que a do suco por ela preparado, devido à presença de determinadas substâncias artificiais em sua composição. O processamento industrial normalmente envolve calor, na pasteurização, o que explicaria a menor ação antioxidante apresentada. Outro ponto importante é a presença de conservantes artificiais, que não afetam diretamente os compostos fenólicos, mas podem, em excesso, ser prejudiciais à saúde. De acordo com as análises, a presença de açúcar não interfere no efeito antioxidante dos produtos, embora, reconhecidamente, não seja um alimento saudável. “O ideal é consumir a fruta diretamente do cacho, sem adição de açúcar ou de conservantes artificiais”, aconselha a pesquisadora. Os resultados obtidos por Vedana não podem, a princípio, ser atribuídos também ao vinho, dado o preparo diferenciado desse produto.

Para saber mais (fonte): Ciência Hoje

terça-feira, 10 de março de 2009

EUA alertam para pílula dietética com graves efeitos colaterais

A agência reguladora de alimentos e remédios dos Estados Unidos (FDA) emitiu um alerta para os graves efeitos colaterais de uma pílula emagrecedora com uma droga chamada bumetanida em sua fórmula e que, segundo o jornal "The New York Times", é fábricada no Peru. As pílulas, chamadas "StarCaps" e promovidas por vários rostos famosos e por artigos em revistas como a "People", foram incluídas numa lista de 69 suplementos dietéticos considerados pela FDA perigosos para a saúde. Anunciado como um suplemento natural à base de papaia e vendido em lojas especializadas sem necessidade de receita médica, a pílula, segundo o "NY Times", esconde que em sua composição há uma substância chamada bumetanida, droga diurética cujo consumo ajuda na eliminação de fluidos e na diminuição da pressão sanguínea. A companhia que distribui o produto nos Estados Unidos, a Balanced Health Products, disse não ter conhecimento de incidentes causados pela ingestão das pílulas, mas anunciou que as retirará imediatamente do mercado. A FDA, segundo o jornal, considera ilegal a presença de bumetanida nas pílulas, pelo fato de a substância ser um ativo farmacêutico não declarado em sua fórmula. Apesar de ter identificado drogas ilegais em dezenas de remédios para a perda de peso, a FDA não tem o poder de proibir sua venda.

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde

sexta-feira, 6 de março de 2009

Gordura atrai gordura

Quem aprecia uma picanha malpassada e principalmente a camada branca de gordura que a envolve talvez se inquiete. Um tipo de gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia longa, encontrados principalmente em carnes vermelhas – pode ser uma das causas da obesidade. De acordo com experimentos realizados em camundongos, essas moléculas acionam uma inflamação no hipotálamo, na base do cérebro, que leva à destruição dos neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias. "Talvez tenhamos encontrado uma explicação para a dificuldade de as pessoas obesas controlarem a fome e perderem peso, mesmo que adotem dietas severas para emagrecer", diz Lício Velloso, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que coordenou esse estudo, publicado em janeiro no Journal of Neuroscience. Os estudos anteriores da equipe de Velloso e de outros grupos já haviam mostrado que a obesidade era uma doença que começava no cérebro ou nos músculos, induzida por dietas com excesso de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gerava resistência ao hormônio insulina, que carrega a glicose para as células, onde é transformada em energia, e induz ao consumo contínuo de alimentos. Testes com animais já haviam mostrado que dietas ricas em gordura em geral danificavam o hipotálamo mais intensamente que as ricas em açúcares. Para ver qual tipo de gordura era mais danoso, os pesquisadores da Unicamp injetaram diferentes tipos de ácidos graxos de origem animal ou vegetal no hipotálamo de camundongos. Os encontrados no óleo de soja mostraram um efeito tênue sobre o cérebro, enquanto os encontrados em gorduras animais e em proporção menor no óleo de amendoim apresentaram ação mais danosa.

Para saber mais (fonte): FAPESP

quarta-feira, 4 de março de 2009

Estudo revela efeitos negativos das batatas chips para o sistema cardiovascular

chips

Um estudo da Sociedade Polonesa de Pesquisa da Aterosclerose indica que o  consumo de alimentos como as batatas chips e as fritas podem aumentar o risco de doença cardíaca. Além disso, segundo os autores, uma substância chamada acrilamida, presente nesses alimentos é associada a problemas no sistema nervoso e possivelmente ao câncer. Na pesquisa, após ingerirem grandes quantidades de batatas chips – o equivalente a 157 microgramas de acrilamida diariamente – por quatro semanas, os participantes do estudo tiveram mudanças negativas no colesterol ruim (LDL), nos níveis de marcadores inflamatórios no sangue e nos antioxidantes que ajudam a eliminar a acrilamida. E, de acordo com os especialistas, todos esses fatores podem aumentar o risco cardiovascular. Os pesquisadores destacam que mais estudos são necessários para avaliar os efeitos do consumo, em longo-prazo, de uma quantidade “mais real” de acrilamida – entre 20 e 30 microgramas por dia. “Os consumidores podem reduzir sua exposição à acrilamida limitando sua ingestão de batatas chips e batatas fritas, escolhendo uma variedade de frutas, vegetais, grãos integrais, carne magra, laticínios pobres em gordura, e parando de fumar, que é a fonte principal de acrilamida”, destacou Mary Ann Johnson, porta-voz da Sociedade Americana de Nutrição.

Para saber mais (fonte): GDC Medilar