sábado, 30 de junho de 2012

Dieta com baixa carga glicêmica é melhor para manutenção do peso

Pesquisadores americanos observaram como três tipos diferentes de dieta contribuem para a manutenção do peso entre pessoas com obesidade que conseguiram emagrecer. Segundo os resultados, uma dieta que reduz a carga glicêmica no sangue pode ser a melhor alternativa em comparação com uma alimentação que restrinja gordura ou então carboidratos (entenda as características de cada uma dessas dietas). O estudo desenvolvido no Hospital Brigham and Women, que é vinculado à Universidade de Harvard, foi divulgado nesta quarta-feira no periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA. De acordo com o artigo, são poucas as pessoas que conseguem manter o peso após terem conseguido emagrecer. Os autores citam dados do Observatório Nacional de Exames em Saúde e Nutrição (NHANES, na sigla em inglês) de 2006, que indicam que apenas um em cada seis adultos que perde peso é capaz conservá-lo por ao menos um mês e meio. Segundo os pesquisadores, além da falta de motivação ou de adesão às dietas e atividades físicas, as adaptações biológicas do organismo após a redução do peso também são responsáveis por essa dificuldade. Eles explicam que, muitas vezes, o emagrecimento provoca mudanças que fazem com que o corpo passe a gastar menos energia e o individuo sinta mais fome. Para avaliar o efeito de cada dieta sobre a manutenção do peso dos indivíduos, a pesquisa selecionou um grupo de 21 adultos obesos ou com sobrepeso. Essas pessoas seguiram uma alimentação estabelecida pelos autores do estudo e, após conseguirem perder entre 10% e 15% de seu peso corporal, eles foram submetidos aos três tipos de dieta. Em ordem aleatória, todos os participantes seguiram as dietas propostas durante quatro semanas cada uma. Gasto calórico — Os pesquisadores observaram que o maior gasto calórico foi obtido com a dieta que restringe os carboidratos. No entanto, ela também foi associada a um maior risco de resistência à insulina e doenças cardiovasculares. Embora um pouco menor, a alimentação de baixa carga glicêmica também se mostrou benéfica em relação ao gasto das calorias e ainda teve efeitos positivos sobre os sintomas da síndrome metabólica, como hipertensão e colesterol alto. Por outro lado, a dieta com pouca gordura foi a que proporcionou o menor gasto calórico entre os participantes. “Essas descobertas sugerem que uma estratégia que reduza a carga glicêmica na alimentação, e não a gordura ou os carboidratos, é vantajosa para a manutenção do peso e para a prevenção de doenças cardiovasculares. Para se ter sucesso na manutenção do peso, o ideal é aliar uma alimentação que favoreça o organismo a queimar mais calorias junto a intervenções comportamentais e ambientais”, dizem os pesquisadores no artigo.

Fonte: Revista Veja

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Uma relação complicada entre bebidas dietéticas e saúde Estudos têm apontado que os amantes de refrigerantes dietéticos poderiam enfrentar um maior risco de diabetes e doença cardíaca, mas novos achados sugerem que a dieta geral da pessoa é o que mas importa, no final. Um estudo recente se tornou o primeiro a relacionar o refrigerante dietético com o risco de infarto e acidente vascular encefálico (veja o histórico da Reuters Health em 17 de fevereiro de 2012). Mas ainda ninguém foi capaz de dizer se as bebidas sem açúcar merecem essa má fama. Muitos fatores separam os consumidores de bebidas dietéticas e regulares – e, assim, as pessoas que preferem água. Um estudo mais recente tentou avaliar o padrão de dieta em geral dos indivíduos, disse a pesquisadora principal Dra. Kiyah J. Duffey da University of North Carolina at Chapel Hill. Ela e seus colegas utilizaram dados de mais de 4000 americanos que se inscreveram em um estudo de longa duração sobre saúde cardíaca. Eles tinham todos entre 18 e 30 anos quando o estudo começou no meio dos anos 80. Ao longo dos 20 anos seguintes, 827 participantes do estudo desenvolveram síndrome metabólica. Os pesquisadores descobriram que os adultos jovens que consumiam bebidas dietéticas tinham mais chance de desenvolver síndrome metabólica do que os que não as consumiam nos 20 anos seguintes. Mas a situação se tornou mais complexa quando a equipe da Dra. Duffey considerou também o papel da dieta. O menor risco de síndrome metabólica foi observado entre pessoas que não consumiam bebidas dietéticas e seguiam uma dieta “prudente” - rica em alimentos como frutas, vegetais, cereais integrais e peixes. Além disso, aqueles que consumiam uma dieta prudente mas bebiam bebidas dietéticas tiveram um risco maior de síndrome metabólica – mas não muito. Ao longo de 20 anos, 20% desses homens e mulheres desenvolveram síndrome metabólica, contra 18% dos que se alimentavam de forma prudente que não consumiam bebidas dietéticas, relatou a equipe da Dra. Duffey em 29 de fevereiro no American Journal of Clinical Nutrition. Os participantes com maior risco de síndrome metabólica – 32% - foram aqueles que bebiam bebidas dietéticas e seguiam a típica dieta “ocidental”, com muita carne, comida processada e açúcar. A equipe da Dra. Duffey ajustou para fatores outros além da dieta, também, como o peso dos participantes e seus hábitos de exercícios no início do estudo. “Eu realmente penso que a dieta global é importante”, disse a Dra. Duffey em uma entrevista. Se você deseja reduzir calorias, substituir bebidas com açúcar por versões são açúcar fará isso, observou. “Mas se o objetivo é o impacto global na saúde”, disse, “você precisa considerar toda a dieta”. A Dra. Duffey destacou que esse estudo foi observacional. Além disso, se as bebidas dietéticas têm um efeito negativo na saúde cardiovascular, como alguns pesquisadores elaboraram, ou se outros fatores são responsáveis, ainda é “definitivamente uma questão em aberto”, disse a Dra. Hannah Gardener, pesquisadora na University of Miami Miller School of Medicine que liderou o estudo recente relaas bebidas dietéticas ao risco aumentado de doença cardíaca e acidente vascular encefálico. “Nós ainda temos um longo caminho até elaborar um guia para a saúde pública” sobre bebidas dietéticas e saúde, disse a Dra. Gardener a Reuters Health.

Autora: Amy Norton

Fonte: Medcenter

domingo, 20 de dezembro de 2009

Quefir: alternativa para uma alimentação funcional

quefir A sentença "Faça do teu alimento o teu remédio", atribuída a Hipócrates (460 a.C. a 377 a.C.), o médico grego conhecido como o pai da medicina, ilustra a preocupação com a saúde e a alimentação, cada vez mais comum na sociedade contemporânea. Entre as medidas adotadas por quem segue um cardápio saudável em nome do bem-estar, está o consumo de alimentos funcionais – aqueles que, além de suas funções nutricionais básicas, apresentam outras propriedades benéficas, como a melhora do metabolismo e a redução do risco de doenças. O quefir (do turco, keif, isto é, sentir-se bem) é um desses alimentos que oferecem múltiplos benefícios. Trata-se de um leite fermentado, levemente ácido e alcoólico, originário das montanhas do Cáucaso, onde os camponeses vem utilizando seus "grãos" por séculos. Os "grãos" de quefir são um aglomerado complexo de bactérias e leveduras – como Lactococcus lactis subsp. Lactis; Lactococcus lactis subsp. Cremoris; Lactococcus lactis subsp. diacetylactis,; Leuconostoc mesenteroides subsp. Cremoris; Lactobacillus Kefyr (thermophilic); Klyveromyces marxianus var. marxianus; Saccaromyces unisporus – unidas a uma matriz de polissacarídeo. A bebida é preparada a partir da fermentação desses "grãos", que lembram fragmentos de couve-flor, no leite. "Os povos do Cáucaso atribuem a sua longevidade ao consumo deste leite fermentado", conta a farmacêutica Márcia Barreto Feijó, da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF). A professora coordena um estudo, fruto de parceria entre a UFF e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), com o objetivo de investigar os "grãos" de quefir e dos quefirados, por meio de análises físico-químicas e microbiológicas. A pesquisa é apoiada com recursos financeiros do edital de Apoio à Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro da FAPERJ. "A proposta é otimizar a produção do quefir a partir da observação da fermentação dos ‘grãos’ em substratos diferentes, como leite integral, desnatado, e enriquecido, modificando variáveis como tempo e temperatura", explica. Os experimentos em busca da composição química ideal das bebidas quefiradas são realizados no Laboratório de Controle da Qualidade da Pesagro-Rio. A ideia é conservar um maior número de micro-organismos benéficos vivos, além de encontrar o sabor mais agradável para a bebida. A equipe já chegou a algumas conclusões para o melhor preparo do quefir. "Provamos que o melhor é preparar o quefir com leite desnatado, porque o número de bactérias lácticas aumenta com menores níveis de gordura. Outra conclusão é que a temperatura ótima, para a maioria dos microorganismos que constituem os "grãos" do quefir, é em torno de 22 ºC", diz. O quefir ainda é pouco conhecido no Brasil. Nenhuma empresa apresentou interesse no processo de industrialização da bebida, mesmo aquelas que já o fazem no exterior. "Embora haja um mercado aberto para alimentos funcionais, é preciso incentivar o hábito do consumo desta bebida láctea, através da divulgação das informações e benefícios à saúde que o quefir proporciona, para justificar a produção em larga escala. No entanto, este rico alimento pode ser preparado em casa. Existe uma tradição entre seus consumidores, no Brasil e no exterior, de não se vender os ‘grãos’ e sim, repassar os ‘grãos’ excedentes", destaca. O leite deve ser colocado em um recipiente limpo de vidro e preferencialmente de boca larga. Os "grãos" são adicionados em uma proporção de uma parte para cada 10 partes de leite. O conteúdo deve ser deixado à temperatura ambiente por aproximadamente 24 horas. Após a fermentação, o quefirado (leite fermentado) é coado para separar e recuperar os "grãos" do quefir, que serão adicionados a mais leite fresco, repetindo o processo. Isto possibilita o reaproveitamento contínuo dos "grãos", que se multiplicam. O quefirado pode ser consumido imediatamente ou refrigerado para consumo posterior. "Se as condições básicas de higiene forem observadas, o risco de contaminação é nulo", afirma Márcia. Além da ingestão como bebida protéica, o quefir pode ser apreciado na culinária nas mais diversas formas, como no preparo das saladas, substituindo a maionese, e como queijo cremoso, base para bebidas e vitaminas, formulações de bolos, biscoitos e pudins, tornando-os mais saudáveis. Comparado ao iogurte, o quefir além de possuir uma escala maior e mais diversa de micro-organismos viáveis em sua cultura inicial (starter), apresenta um nível de atividade da ß-galactosidase mais elevada em 60%, contribuindo para um aumento significativo da digestão da lactose. Também se difere do iogurte por conter, além do ácido láctico, álcool e gás carbônico. "O ácido lático produzido combina-se com os minerais cálcio e ferro, aumentando a absorção destes elementos, e também facilita o processo de digestão das proteínas, principalmente nos casos onde a secreção de ácido clorídrico está dificultada", diz. O quefir é ao mesmo tempo prebiótico e probiótico. "Ele é prebiótico porque fornece condições para bactérias benéficas se instalarem no intestino, assim como os iogurtes com fibras (inulina e FOS), e probiótico porque os micro-organismos ingeridos com o produto chegam vivos ao intestino, como alguns leites fermentados industrializados", explica Márcia. De acordo com ela, a lista dos benefícios gerados pelo quefir é extensa. "O consumo da bebida melhora o trânsito intestinal, evitando outras doenças além da constipação, como hemorróidas, doenças diverticulares e câncer de colo. Estudos realizados no exterior e no Brasil constatam que ele melhora a imunidade do organismo ainda tem atividade anticancerígena e anti-inflamatória, podendo também reduzir lipídios como o colesterol", conclui.

Para saber mais, fonte: FAPERJ

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Preparo certo

As tabelas de informação nutricional de alimentos servem de guia para que os médicos e nutricionistas desenvolvam dietas para os pacientes. No entanto, a maioria das tabelas não leva em conta um aspecto muito importante: a forma de preparo da comida. Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) acaba de desenvolver uma nova tabela nutricional considerando este fator, ausente nas outras tabelas utilizadas no Brasil. O cardiologista Carlos Scherr, que realizou o estudo durante seu doutorado na UFRGS, afirma que um frango grelhado sem pele, por exemplo, tem 50% menos gordura do que um frango frito com pele. Algumas das tabelas de composição de alimentos mais utilizadas trazem somente os valores do frango cru. Durante o estudo, foi avaliada a composição química de 75 produtos, considerando várias formas de preparo, no Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), em Campinas, São Paulo. Foram utilizados somente produtos nacionais para evitar equívocos encontrados em outras tabelas adotadas no Brasil, baseadas em tabelas americanas, onde, entre outros itens, o gado é diferente. Diversas formas de preparo dos alimentos foram comparadas. “Nossa preocupação foi avaliar a comida exatamente como vai à mesa”, explica Scherr. Os resultados derrubam alguns mitos, como o de que o pernil seria um vilão a ser sempre evitado por seu alto teor de gordura. “Quando se retira a gordura aparente e depois se prepara o pernil grelhado, ele tem menos gordura do que um contra-filé, qualquer que seja a forma como este é preparado”, revela. Scherr ressalta que as dietas não precisam ser restritivas, já que assim é maior a chance de as pessoas as abandonarem e adotarem estilos de alimentação que aumentam o risco de ocorrência de doenças cardiovasculares. “Todos os alimentos podem ser consumidos, desde que seja utilizada prioritariamente sua forma de preparo mais saudável”, lembra. O cardiologista pretende dar continuidade à pesquisa e comparar as formas de preparo de outros pratos do dia-a-dia, como a feijoada. Scherr afirma que a população ainda tem pouca informação sobre os alimentos. Produtos anunciados como ‘sem colesterol’ podem ser muito prejudiciais à saúde por conterem gordura saturada. “Ao entrar no organismo, a gordura saturada gera o triplo de colesterol da sua quantidade inicial”, explica. “Outro erro comum é preparar a carne com a gordura aparente e depois retirá-la. Durante o preparo, essa gordura é absorvida pela carne, então ela deve ser retirada antes”, completa. 

Para saber mais, fonte: Ciência Hoje

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Merenda nas creches terá o dobro de recursos

Mais de 1,3 milhão de crianças com até três anos de idade serão beneficiadas com a ampliação dos recursos para a alimentação escolar nas creches públicas, filantrópicas e comunitárias. A partir de setembro, o valor destinado à alimentação por aluno será dobrado, o que significa investimento extra de R$ 17,7 milhões somente em 2009. Além dos R$ 17,7 milhões que serão investidos durante os meses que faltam para o final do ano, a merenda ganhará, em 2010, R$ 59 milhões a mais para a alimentação das crianças nas creches. O valor destinado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) à alimentação por dia letivo é de R$ 0,22 por aluno da educação de jovens e adultos, pré-escola, ensino fundamental e médio. Para as creches, o valor passa a R$ 0,44, o que vai reforçar a qualidade da merenda. Segundo a Coordenação Técnica de Alimentação e Nutrição do FNDE, as crianças com até três anos necessitam de mais nutrientes, pois o desenvolvimento cerebral, psíquico e físico é mais acelerado nesta fase. “Déficit de proteínas ou carboidratos nessa faixa etária pode causar problemas de saúde irreversíveis”, afirma a coordenadora-geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Albaneide Peixinho. Além do aumento no valor repassado às creches, a alimentação escolar ganhou reforço, em 2009, com a inclusão dos estudantes do ensino médio e da educação de jovens e adultos no Pnae.  Com a medida, mais de 12 milhões de estudantes passaram a ter direito à merenda escolar, o que gera um total de 47 milhões de estudantes com direito à alimentação na escola. Os recursos foram ampliados em R$ 400 milhões, passando a mais de R$ 2 bilhões ao ano. Ainda segundo a lei, estados e municípios devem usar 30% dos recursos repassados à alimentação escolar para a compra de produtos da agricultura familiar. Com a medida, mais de R$ 600 milhões por ano são investidos nos produtos, o que estimula os pequenos agricultores e dinamiza a economia local. O Programa Nacional de Alimentação Escolar promove a transferência suplementar de recursos financeiros a estados, Distrito Federal e municípios para suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos estudantes. O orçamento deste ano é de R$ 2,02 bilhões para atender todos os estudantes da educação básica.

Para saber mais, fonte: Portal do Governo Brasileiro

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pequeno lapso na dieta pode levar a estresse cerebral intenso

doces  Alternar uma dieta com comportamento alimentar compulsivo mostrou ser uma forma perigosa de ciclo vicioso que pode estressar o cérebro e causar ansiedade e sintomas similares à síndrome de abstinência. “Nesse período inicial da dieta, a alternância entre esses alimentos mais calóricos – mas com esse atrativo de sabor bem mais acentuado, como doces  – e comidas mais saudáveis – mas talvez com menos intensidade de sabor – pode levar a um comportamento compulsivo eventual, especialmente por doces”, diz Eric Zorrilla do Instituto de Pesquisa Neurológica Harold Dorris, EUA. “Assim como no vício do álcool ou de drogas, o sistema de estresse do cérebro é ativado em cada mudança drástica”, explica o pesquisador, que realizou seus estudos com modelos animais. “O estudo mostrou que esse tipo de padrão de alimentação leva a um círculo vicioso. Ter um ‘dia livre’ em período de dieta pode ser perigoso. Quanto mais você fizer essas alternâncias, mais você pode entrar novamente no ciclo, estressando o cérebro”, completa Pietro Cottone, outro autor do estudo e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston. O estudo foi feito com dois grupos de roedores, ambos sem restrição na quantidade de alimentos. Um deles era alimentado com 5 dias de dieta balanceada e 2 dias de dieta rica em açúcares. O segundo foi alimentado com uma dieta regular. O que foi observado então foi o comportamento desses animais. No grupo alimentado com alternância da dieta, os indivíduos que tinham acesso a alimentos balanceados – a primeira fase – buscavam menos a comida, comiam regularmente e evitavam situações que envolvessem provocações com outros roedores – o que significa menos ansiedade,  abaixo do nível normal. Quando a dieta era trocada pelos alimentos ricos em açúcar a ansiedade aumentava e eles comiam mais que o necessário, demonstrando comportamentos compulsivos e de agressividade alta, similares aos observados em roedores durante a síndrome de abstinência, relatados em outros estudos. No grupo sem alternância – usado como parâmetro de controle – não houve nenhum desses efeitos. Além disso foi medido os níveis de alguns hormônios ligados ao estresse, confirmando as variações de humor do primeiro grupo observado. “É comum ouvirmos pessoas falando que não conseguem seguir uma dieta porque estão estressadas”, diz Dorris. “Mas o estudo mostra que essa alternância é que pode estar causando o estresse, ou seja, aquele pedaço de bolo durante um período de dieta pode estar ativando justamente o sistema de estresse do cérebro ou contribuindo para que outros gatilhos o ativem”, finaliza.

Para saber mais, fonte: UOL

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Consumo de leite por adultos

leite Adultos devem ou não tomar leite? Em torno dessa pergunta polêmica e ainda sem resposta consensual da comunidade científica o livro Leite para Adultos: Mitos e Fatos frente à Ciência (Varela Editora) foi lançado este mês durante o 8º Simpósio Latino-Americano de Ciências de Alimentos. A obra, de Adriane Elisabete Costa Antunes, professora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Maria Teresa Bertoldo Pacheco, pesquisadora do Centro de Química de Alimentos e Nutrição do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), é uma coletânea de publicações científicas a respeito do assunto. O ser humano é o único mamífero que consome leite de outra espécie e que o continua consumindo após o desmame. Esse ponto tem levantado questionamentos a respeito de seu consumo na idade adulta, que não seria algo “natural”. Beber leite após o período da lactação foi um hábito adquirido pelos seres humanos ao longo da história. Segundo o livro, adaptações genéticas em diferentes momentos e civilizações promoveram a capacidade de os humanos adultos digerirem os componentes do leite. Esse processo deve ter começado em uma época histórica próxima ao início da domesticação e da criação de animais, aponta Adriane. Prova de que essa adaptação ao leite é recente em termos históricos é o alto índice de intolerância à lactose (o açúcar do leite) ainda hoje presente na população mundial. “Há regiões em que essa intolerância chega a 80% da população, como em partes da África, Ásia e Oriente Médio”, disse. No entanto, isso não seria sinal de que o leite é nocivo e que deva ser evitado pelos adultos. O maior motivo é que ele é a principal fonte de cálcio absorvido por meio da alimentação, respondendo por 70% do total ingerido pelo homem desse mineral. “As mães enquanto estão amamentando precisam de reposição de cálcio ou acabam retirando-o do próprio organismo”, alerta Adriane, lembrando que a falta do mineral pode causar problemas nos ossos como osteoporose, osteopenia e osteomalase. Para a pesquisadora, esse argumento reforça o apoio ao consumo de leite, uma vez que não há vegetais ou outra fonte alimentar tão rica em cálcio. Outro dado importante é que, segundo estudos citados no livro, 45% das lactantes intolerantes à lactose perdem a sua intolerância durante o período de gravidez e de lactação. Quanto às críticas ao consumo de leite de outras espécies, Adriane rebate dizendo que o homem é extremamente adaptável e tem capacidade para exercer escolhas. “Outros animais também gostam e beberiam leite de outras espécies se lhes fosse oferecido. Mas o homem ainda considera o leite um alimento nobre para dar aos animais”, disse.

Para saber mais, fonte: Agência FAPESP