domingo, 26 de outubro de 2008

Brindes fazem menino pedir cereal para a mãe

Os brindes são o principal motivo para os cereais matinais fazerem parte do dia-a- dia da professora Érica Damasceno Alves, 29, e de seu filho Pedro Henrique, 3. O menino consome os produtos durante a semana na creche e nos finais de semana em casa. "Ele vê [propagandas] na televisão ou [o cereal] no supermercado e sempre tenho que levar para casa", diz Alves. Durante a entrevista, realizada em um supermercado da zona norte, a reportagem presenciou o menino pedindo o produto do tigre, personagem que estampa as caixas de um dos cereais mais vendidos. Rosilei de Souza Castro, 30, mãe de Maria Fernanda, 6, utiliza o cereal como incentivo para que a filha consuma leite. Júlia Aguirre de Souza, 32, mãe de Eduardo, também considera o cereal uma alternativa "saudável", já que o filho gosta de leite e não gosta de verduras. Segundo a nutricionista Madalena Vcerealmatinalallinoti, "o excesso de sódio pode ser minimizado com um grande consumo de líquidos, frutas e verduras". Segundo ela, os pais também devem optar por cereais sem açúcar e não adoçá-los em excesso. "É necessário restringir o consumo de açúcar e sódio", afirma a nutricionista.

Para saber mais (fonte): Folha UOL

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Diarréia por rotavírus cai 95% em SP após vacinação, diz secretaria

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde o número de casos de diarréia causada por rotavírus despencou 94,7% no Estado de São Paulo na comparação entre 2005 e 2007. O principal motivo foi a introdução da vacina contra a doença no calendário básico do Sistema Único de Saúde (SUS), ocorrida em março de 2006.
O levantamento também revelou que, do total de amostras de fezes de casos suspeitos encaminhadas para análise no Instituto Adolfo Lutz, órgão da Secretaria, apenas 3,7% foram positivas para rotavírus neste ano, contra 10% em 2007, 16,2% em 2006 e 17,7% em 2005. Em 2005 quando a vacina ainda não estava disponível na rede pública, houve 3.144 ocorrências ligadas a surtos (dois ou mais casos num mesmo local em curto espaço de tempo) no Estado. Já em 2007 foram confirmados apenas 164 casos. Neste ano são apenas 3, registrados de janeiro a julho. Em 2006 haviam sido 2.084 casos. Para ficar imune à doença as crianças precisam tomar duas doses da vacina. A primeira deve ser aplicada com dois meses de idade (no máximo com três meses e 7 dias); a segunda dose em crianças com cinco meses de idade (no máximo com cinco meses e 15 dias). O prazo entre cada dose deve ser respeitado.

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Calorias a menos sem fazer força

Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, apontou que atletas apresentam metabolismo muscular mais acelerado mesmo durante períodos de descanso. Ou seja, aqueles que passam por treinamento intensivo de resistência queimam calorias mais rapidamente do que indivíduos sedentários até quando não estão se exercitando. Na pesquisa foi usada espectroscopia de ressonância magnética para comparar as taxas de oxidação e de síntese de ATP (trifosfato de adenosina, molécula responsável por armazenar energia nas células) nos músculos da panturrilha de corredores de longa distância e de pessoas sedentárias durante períodos de repouso. Embora a oxidação tenha se mostrado em média 54% maior nos atletas, as taxas de síntese de ATP durante o repouso se mostraram semelhantes nos dois grupos. A oxidação é o processo por meio do qual as mitocôndrias, organelas membranosas cuja principal função é a geração de energia por meio das moléculas de ATP, consomem material que será transformado em energia. O resultado é que apesar de não produzirem mais energia nos momentos de inatividade, os atletas ainda assim queimam mais calorias. Segundo os pesquisadores, o estudo indica que os músculos dos atletas convertem constantemente mais energia em calor do que os de indivíduos sedentários. Os autores apontam que o treinamento aeróbico intenso é capaz de reverter a resistência à insulina, um fator importante para o desenvolvimento de diabetes, por meio do aumento do consumo de glicose, da oxidação de gordura e do número de mitocôndrias. Segundo eles, a nova pesquisa indica que a dissociação da oxidação e da produção de ATP pode representar uma outra forma por meio da qual o exercício aumenta a sensibilidade à insulina e a queima de calorias em excesso.

Para saber mais (fonte): Agência FAPESP

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Estudo diz que 44% das crianças têm colesterol elevado

Uma pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) com 1.937 crianças e adolescentes entre dois e 19 anos atendidos no Hospital das Clínicas da universidade constatou que quase metade deles possui índices altos de colesterol e triglicérides. Segundo o estudo, realizado entre 2000 e 2007, 44% dos pesquisados apresentaram índices elevados de colesterol. "Eu exagerava nos alimentos ricos em gordura quando tinha 11 anos e meu colesterol estava em 269 mg/dL. Então iniciei o tratamento com dieta e esportes. Hoje meu colesterol é 160 mg/dL", diz a estudante Jéssica Rossi Ruggeri, 17, que ainda precisa diminuir seu índice.  A pesquisadora responsável, Eliana Cotta de Faria, do Departamento de Patologia Clínica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, atribui os altos índices a fatores de risco como sedentarismo, má alimentação, obesidade e diabetes, além da hereditariedade. De acordo com a pesquisa, 44% das crianças entre dois e nove anos apresentaram valores alterados do colesterol total, 36%, do LDL (colesterol ruim) e 56%, dos triglicérides. Os altos índices de triglicérides estão associados a um risco maior de doença coronariana. O resultado foi muito similar no grupo dos adolescentes e jovens de dez a 19 anos. "Não é de se estranhar que a população hospitalar tivesse índices um pouco mais altos. Mas não imaginávamos que estes índices seriam tão altos", diz Faria.  Não há dados brasileiros sobre a taxa de colesterol entre crianças e adolescentes, e, segundo Ieda Jatene, presidente do departamento de cardiologia pediátrica da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) não é possível extrapolar os números encontrados na Unicamp para o resto do país. Para Roseli Sarni, pediatra e presidente do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, uma das explicações para os níveis elevados de colesterol, além de maus hábitos alimentares em geral, é o mau entendimento dos rótulos de produtos com gordura trans. "Quando a mãe lê zero, ela entende que o alimento é livre desse tipo de gordura, o que não é verdade", diz. A legislação admite que o fabricante diga que seu produto tem "0% de gordura trans" quando tem até 0,2 g do elemento por porção. Com isso, a criança é liberada a consumir alimentos com esse tipo de gordura. A prevenção, segundo Eliana Faria, começa com o estilo de vida da família, que é transposto para a realidade da criança. "Uma criança não pode decidir comer mais legumes se os pais não compram legumes", diz. Para diminuir os níveis de colesterol no sangue, devem ser priorizados dieta balanceada e exercícios físicos. É preciso estimular o consumo de frutas, verduras, legumes e peixes marinhos, reduzir o consumo de óleos, açúcares e gorduras e preferir alimentos integrais. As mudanças, no entanto, não devem ser drásticas, pois a criança pode ficar ainda mais resistente em mudar sua alimentação. "Começamos com uma mudança quantitativa, para depois fazer a qualitativa", diz Sarni. Isto é: o recomendado é reduzir alimentos que aumentam o colesterol ruim, para, gradativamente, substituí-los por opções mais saudáveis.  m julho, a Academia Americana de Pediatria tomou uma decisão radical em relação às crianças com colesterol alto: orientou que os pequenos acima de oito anos sejam medicados com drogas (estatinas) para prevenir doenças cardíacas. No Brasil, os pediatras indicam medicamentos a partir dos dez anos, mas apenas para crianças com uma doença genética chamada hipercolesterolemia familiar, que eleva os níveis de colesterol, independentemente do estilo de vida. Para as demais, eles defendem uma dieta equilibrada associada a exercícios físicos. A cautela tem justificativa. Não há estudos a longo prazo sobre o uso das estatinas em crianças ou que mostrem que, usando a medicação precocemente, elas estarão mais protegidas do que aquelas que iniciaram a terapia na vida adulta.

Para saber mais (fonte): Folha Online

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ponto para o açaí

acaí

Um importante alimento dos habitantes na Amazônia, que também é consumido de  Norte a Sul do Brasil, tem se tornado cada vez mais popular em outros países, como os Estados Unidos: o açaí. Por ser comercializado como uma “superfruta” em mercados norte-americanos, que destacam os potenciais efeitos benéficos para a saúde, um grupo de pesquisadores da Universidade Texas A&M tem estudado o açaí desde 2001. O mais recente resultado da pesquisa traz nova boa notícia aos consumidores do fruto da palmeira Euterpe oleracea. Em artigo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, os cientistas descrevem que os antioxidantes contidos no açaí são absorvidos pelo organismo humano. O estudo envolveu 12 voluntários, que consumiram açaí em polpa e na forma de suco, esta última contendo metade da concentração de antocianinas – pigmentos que dão cor às frutas – do que a versão em polpa. Os dois alimentos foram comparados com sucos sem propriedades antioxidantes, usados como controle. Amostras do sangue e da urina dos participantes foram tomadas 12 e 24 horas após o consumo e analisadas. Segundo os pesquisadores, tanto a polpa como o suco apresentaram absorção significativa de antioxidantes no sangue após terem sido consumidos. "O açaí tem baixo teor de açúcar e seu sabor é descrito como uma mistura de vinho tinto e chocolate. Ou seja, o que mais podemos querer de uma fruta?", disse Susanne Talcott, principal autora do estudo, do qual também participaram cientistas das universidades do Tennessee e da Flórida. Segundo ela, trabalhos futuros poderão ajudar a determinar se o consumo do açaí pode resultar em benefícios para a saúde com relação à prevenção de doenças. O grupo do qual faz parte tem estudado a ação do açaí contra células cancerosas. “Nossa preocupação é que o açaí tem sido vendido como um superalimento. E ele definitivamente tem atributos notáveis, mas não pode ser considerado uma solução para doenças. Há muitos outros bons alimentos e o açaí pode ser parte de uma dieta bem balanceada”, disse Susanne.

Para saber mais (fonte): Agência FAPESP

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Excesso de calorias deixa o cérebro "em parafuso", diz estudo

Comer demais deixa o cérebro "em parafuso", desencadeando uma série de danos que podem levar ao diabetes, a distúrbios cardíacos e a outras doenças, disseram pesquisadores dos EUA na quinta-feira. O excesso de calorias parece ativar um acesso habitualmente adormecido do sistema imunológico, cujas células então atacam e destroem invasores inexistentes, segundo Dongsheng Cai e seus colegas da Universidade de Wisconsin-Madison, em artigo na revista "Cell". Isso pode explicar por que a obesidade provoca tantas doenças e ajudar a preveni-la. Estima-se que em 2007 havia pelo menos 1,8 bilhão de pessoas acima do peso no mundo. Medicamentos existentes contra a obesidade têm resultados limitados e fortes efeitos colaterais. Em ratos, a equipe de Cai tentou explicar estudos que vincularam a obesidade a inflamações crônicas no corpo todo. Esta inflamação está presente em diversas doenças associadas à obesidade, como os problemas cardíacos e a diabete.
Eles obtiveram um composto conhecido como IKKbeta/NK-kappaB. Células imunológicas, como os macrófagos e leucócitos, usam essa substância, mas os cientistas a localizaram no hipotálamo, uma parte do cérebro que está associada ao metabolismo. "O hipotálamo é a 'sede' da regulação energética", escreveram eles no artigo. Normalmente, mesmo em alta concentração no hipotálamo, o IKKbeta/NK-kappaB, permanecia inativo, o que mudava quando os ratos recebiam uma dieta rica em gorduras. Nessas situações, o organismo ignorava os sinais da leptina, um hormônio ligado à regulação do apetite, e da insulina, que ajuda a transformar o alimento em energia. Estimular o IKKbeta/NK-kappaB fez os ratos comerem mais, e suprimi-lo fez os ratos comerem menos. Cai acredita ter encontrado um "interruptor" para doenças provocadas pelo excesso de alimentação. "O IKKb/NF-kB do hipotálamo pode sustentar toda a família de doenças modernas induzidas pela supernutrição e a obesidade", escreveu o grupo. Cai não sabe por que esse composto estaria no cérebro e no sistema imunológico, mas suspeita que seja resultado de uma evolução muito antiga em animais primitivos, desprovidos do sistema imunológico sofisticado dos animais modernos, como ratos e humanos. "Presumivelmente, ele teve algum papel em guiar a defesa imunológica", disse Cai por telefone. "Na sociedade de hoje em dia, este acesso está mobilizado por um desafio ambiental diferente -- a supernutrição." Desativando um gene por meio da engenharia genética, os ratos comiam normalmente, sem se tornarem obesos. Isso é impossível em pessoas, mas Cai acha possível que surja uma droga ou mesmo uma terapia genética (quando um vírus ou outro vetor leva um DNA corretor para o organismo, um tipo de tratamento ainda muito experimental).

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ministro quer ação em escolas contra obesidade infantil

Contra a obesidade infantil, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, quer discutir a volta da obrigatoriedade das aulas de Educação Física nas escolas públicas. A retomada das aulas, avalia, deveria integrar um pacote de medidas para tentar fazer frente ao aumento de obesidade entre crianças e adolescentes brasileiras. "Não podemos deixar para depois essa discussão: é preciso adotar medidas para evitar o sedentarismo, para evitar o consumo excessivo de alimentos pouco saudáveis", avaliou. Entre as medidas urgentes, disse, está a criação de um código de ética para a veiculação de produtos alimentícios. O Ministério da Saúde encomendou uma pesquisa ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) para avaliar o teor de gordura e de açúcares presentes em 24 produtos usados por crianças e adultos. O trabalho, que deverá ser concluído em breve, servirá como base para uma discussão com a indústria brasileira. "É preciso ver quais são os percentuais exagerados, o que precisa ser mudado, como isso pode ser feito", afirmou. Além da mudança no preparo de alimentos industrializados, Temporão avalia ser preciso ampliar campanhas de incentivo a dietas saudáveis. "Tais medidas, porém, não são suficientes. Daí a necessidade de ações nas escolas." Temporão observa que a disciplina de educação física, em alguns locais, foi flexibilizada.

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Aleitamento e depressão

aleitamento

Uma pesquisa feita na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) indica que crianças de mães com sintomas de depressão pós-parto apresentam risco 80% maior de interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo. A pesquisa apontou ainda que no primeiro mês de vida a interrupção precoce de aleitamento materno foi cerca de 60% mais alta entre as crianças que moravam em condições ambientais insatisfatórias. O estudo foi publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, editada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz. Entretanto, de acordo com Maria Helena Hasselmann, professora do Instituto de Nutrição da Uerj e uma das autoras do artigo, a suspeição de depressão pós-parto foi mais determinante na interrupção da amamentação do que as variáveis socioeconômicas. “Quando se analisa a escolaridade e as condições ambientais de moradia em relação à manutenção do aleitamento materno exclusivo durante os dois primeiros meses de vida, os fatores socioeconômicos não se mostraram tão importantes como os aspectos psicossociais”, disse à Agência FAPESP. De acordo com a pesquisadora, a depressão pós-parto (DPP) pode representar não somente os perfis psicológico-emocionais maternos, mas também aspectos relacionados a dificuldades em amamentar. Outra possível explicação estaria atrelada à relação que a DPP tem com os cuidados maternos e a interação mãe-filho. “Sintomas de depressão no pós-parto imediato podem levar à interrupção precoce do aleitamento em virtude de sentimentos de baixa auto-estima e auto-confiança, o que pode gerar na mãe uma percepção exagerada das dificuldades para amamentar. Isso sugere que mães com DPP podem perder a confiança em seu papel materno, deixando de perceber os benefícios da amamentação”, explicou.  Apesar de todos os indícios, a professora da Uerj aponta que não é possível associar o abandono da amamentação exclusivamente à depressão pós-parto. Segundo ela, o estudo mostrou que outras características foram importantes, como as condições de moradia, se a criança nasceu prematura ou não e a existência de laços sociais. “Além disso, o trabalho indicou que a DPP aumenta a chance do desmame, mas o desmame precoce continua ocorrendo em diversas situações em que a mãe não apresenta DPP”, ponderou. Os achados, segundo Maria Helena, evidenciam a importância da saúde mental materna para o sucesso do aleitamento materno exclusivo. “É importante que os profissionais de saúde que lidam com as mulheres nesse período possam ter um olhar diferenciado para a saúde mental dessas mães. Os resultados desta pesquisa poderão contribuir para o desenvolvimento de ações de promoção de saúde, tanto em relação à DPP como no incentivo à prática da amamentação exclusiva”, disse.

Para saber mais (fonte): Agência FAPESP