segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sistema nervoso central e o controle da ingestão alimentar

halteres Ao contrário do que ainda se preconiza, os benefícios dos exercícios na redução de peso não se limitam apenas à queima de calorias. Segundo um estudo apresentado na reunião anual da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), que aconteceu recentemente, a atividade física também faz com que a ingestão de calorias diminua. O principal achado do trabalho foi que o exercício físico pode ser benéfico para o apetite dos obesos, pois há indícios de que haja uma espécie de equilíbrio dinâmico para evitar tanto o acúmulo excessivo de energia quanto o gasto excessivo. Segundo Eduardo Ropelle, pesquisador da Unicamp e do Instituto de Obesidade e Diabetes, esse equilíbrio vem sendo perdido com as dietas modernas. Os dados foram obtidos em laboratório com ratos e camundongos, e podem trazer esperança aos mais de 40% da população que sofre com sobrepeso ou com a obesidade, segundo Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. No trabalho, foi acompanhada a ação de hormônios como a insulina e a leptina sobre o cérebro, que atuam como sinalizadores químicos do organismo, alertando para a hora de parar de comer. Nos ratos obesos, o que se observou foi que na dieta rica em gordura, os hormônios perdem a capacidade de regular o apetite levando-os a um círculo vicioso comportamental no qual quanto mais se come, mais se quer comer. Mas com apenas uma sessão de exercícios físicos a sinalização do apetite no cérebro dos ratos voltou a níveis normais e se manteve por cerca de 12 horas. Estes resultados são inéditos na literatura científica e foram encaminhados para publicação na revista científica Nature Neuroscience. O trabalho também indica que a obesidade em mamíferos possa acarretar em falhas na transmissão de sinais em neurônios que controlam a saciedade, determinantes para a prevalência da obesidade. Portanto, adverte Ropelle, o exercício não é importante apenas para aumentar a queima de calorias, mas também para beneficiar o sistema nervoso, controlar a saciedade e diminuir o apetite. O estudo é parte do projeto de doutorado de Eduardo Ropelle, intitulado “Caracterização da transmissão do sinal da insulina e da leptina no hipotálamo de ratos com tumor de Walker 256”, sobre a anorexia promovida por pacientes com câncer. Por isso, o pesquisador tem estudado a ação no cérebro provocada por diferentes hormônios, como a insulina e a leptina. Segundo Ropelle, o hipotálamo, responsável entre outras funções pelo controle da temperatura corporal, é a principal estrutura do cérebro responsável pelo controle da ingestão alimentar. Várias evidências, afirma, indicam que dietas ricas em ácidos graxos saturados causam, no sistema nervoso central, problemas na transmissão de hormônios como a insulina ou a leptina. Felizmente, parece que a atividade física é capaz de reverter esse fenômeno, possibilitando que o paciente possa voltar a transmitir o sinal para a saciedade. Ainda neste estudo, verificou-se que animais obesos submetidos a uma dieta rica em gordura, apresentaram perda da capacidade de regular o apetite. A constatação sugere que a obesidade envolva um círculo vicioso comportamental em que quanto mais o indivíduo comer, mais vontade terá de comer. Porém, a partir do momento em que os animais foram submetidos a atividade física, a sinalização do apetite no cérebro voltou a níveis normais por 12 a 16 horas. Eles inclusive passaram a comer na mesma proporção que o animal magro. O estudioso adverte, no entanto, que esta pesquisa, inteiramente experimental, não foi testada em humanos. E também alerta para o fato que embora pareça que o exercício físico também seja capaz de alterar o comportamento alimentar, a avaliação nos humanos é mais complexa.

Para saber mais, fonte: Blog Ponto de Equilíbrio

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Carência tropical

Ao investigar a carência de vitamina D em moradores da cidade de São Paulo, uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com o Hospital Universitário, verificou que 77,4% dos analisados apresentavam o problema. Participaram 603 voluntários (118 homens e 485 mulheres) no estudo cujo objetivo foi estabelecer quais fatores estão associados à hipovitaminose D no organismo. A média registrada da vitamina foi de 21,4 ng/ml, bem abaixo da recomendada, que é de 30 ng/ml. A análise foi feita no fim do inverno, após um período em que a exposição à luz solar é menor. Meses depois, no fim do verão, retornaram para coleta de sangue 219 voluntários, dos quais 39 homens e 180 mulheres. Apesar da maior exposição à luz solar, e da consequente sintetização da vitamina no organismo, a pesquisa identificou a deficiência da vitamina D em 39,6% dos analisados. Apesar da redução, segundo Rosa Maria Affonso Moysés, médica e pesquisadora do Hospital das Clínicas da FMUSP e coordenadora do estudo, o número ainda foi muito elevado, considerando a latitude em que São Paulo se encontra e a comparação com cidades do hemisfério Norte. “Estamos em uma área subtropical e, por conta disso, imaginávamos que a exposição solar fosse suficiente para que não houvesse um número tão elevado de hipovitaminose”, disse. O estudo, intitulado “Determinação de níveis séricos de vitamina D em uma amostra de indivíduos saudáveis da população brasileira”, teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular e foi concluído este ano. Rosa coordena outros três projetos na mesma modalidade, iniciados em 2008 e 2009. A seleção dos voluntários incluiu pacientes de rotina do Hospital das Clínicas, funcionários da USP que realizam o exame médico anual e estudantes com idades entre 18 a 30 anos. “Os critérios de inclusão foram extremamente rígidos. Os pacientes não podiam ter doença renal ou cardíaca. O máximo que poderiam ter era diabetes e hipertensão controladas, ou seja, tratavam-se de pessoas estáveis do ponto de vista clínico”, disse à Agência FAPESP. O estudo apontou condições associadas à maior prevalência de hipovitaminose D, como idade, presença de hipertensão arterial, maior índice de massa corporal e cor de pele negra. “Também chamou a atenção que quanto mais idoso maior a prevalência. Mas, mesmo entre os jovens, até 30 anos, o índice foi muito elevado”, disse. Outro estudo, feito na Faculdade de Saúde Pública da USP, verificou a insuficiência da vitamina D entre os jovens. O trabalho foi feito por Bárbara Santarosa Emo Peters e orientado pela professora Lígia Araújo Martini, com apoio da FAPESP na modalidade Bolsa de Doutorado. O estudo avaliou a quantidade de vitamina D em 136 adolescentes em Indaiatuba, interior de São Paulo, e constatou que 62% tinham insuficiência da vitamina. Cerca de 90% da absorção da vitamina D se dá pela exposição à luz solar, com o restante sendo resultado da alimentação. Segundo o estudo, nenhum dos jovens que participou da pesquisa ingeria a quantidade recomendada de vitamina D. Alimentos como salmão, sardinha, leite e derivados (somente os integrais) possuem a vitamina. Por meio das entrevistas com os participantes, Bárbara percebeu que muitos não tomavam café da manhã para poder dormir um pouco mais antes de ir à escola. Quem tomava café da manhã todo dia ingeria quase o dobro de vitamina D do que quem não tomava. Os adolescentes que praticavam esportes ao ar livre também apresentaram maiores níveis da vitamina. O estudo de Bárbara foi premiado no 8º Congresso Iberoamericano de Osteologia e Metabolismo Mineral e ganhou o Young Investigator Award do The American Society for Bone and Mineral Research. Rosa Moysés lembra que portadores de doença renal apresentam prevalência alta de deficiência da vitamina D. Na nefrologia existe até mesmo uma área específica que estuda o metabolismo mineral nos indivíduos com problemas renais. “Por conta disso, resolvemos ampliar o estudo para pessoas consideradas saudáveis e observamos que a deficiência entre os portadores de doença renal já não é muito diferente da observada na população em geral”, disse. Outro resultado importante é que os voluntários com hipovitaminose apresentavam maiores níveis de paratormônio, hormônio responsável pela regulação dos níveis de cálcio no organismo. De acordo com a nefrologista, o alto índice desse hormônio é uma resposta à diminuição dos níveis de vitamina D. Todas as vezes que os níveis de cálcio caem há maior secreção de paratormônio. “Os efeitos dessa elevação a longo prazo não são totalmente conhecidos, mas pode haver um risco maior de desenvolvimento de osteoporose e de doenças cardiovasculares. Esses achados estão previamente associados ao que chamamos de hiperparatireoidismo secundário”, apontou. Diversos estudos recentes têm associado a deficiência da vitamina D a riscos de doenças, como hipertensão, gripe ou cardiovasculares. Uma das pesquisas, apresentada em setembro na 63ª Conferência de Pesquisa em Pressão Alta da Associação Norte-Americana do Coração, apontou que mulheres em pré-menopausa com insuficiência da vitamina em 1993 apresentaram risco três vezes maior de desenvolver hipertensão arterial sistólica 15 anos depois, em comparação com aquelas que tinham níveis normais. Por conta disso Rosa lembra que em alguns países, como Noruega, Finlândia, Dinamarca e Suécia, a reposição da vitamina D se tornou comum. “Se fizermos um estudo comparativo, certamente não vamos encontrar uma hipovitaminose tão alta quanto a nossa nesses países, porque já é parte da cultura deles usarem alimentos ricos em vitamina D ou suplementos”, disse. A pesquisadora conta que os dados da pesquisa estão sendo concluídos para publicação em revista. Diante dos resultados obtidos, o Departamento de Clínica Médica da FMUSP pretende fazer um estudo mais amplo, acompanhando os voluntários por um período maior e envolvendo outras áreas médicas para estudar os vários aspectos da deficiência da vitamina D. “Os resultados serão encaminhados para órgãos públicos para avaliação e eventual desenvolvimento de políticas públicas de suplementação ou fortificação alimentar com vitamina D, principalmente nas populações de risco, como idosos, obesos, não brancos e hipertensos”, adiantou Rosa.

Para saber mais, fonte: Agência FAPESP

domingo, 18 de outubro de 2009

Açúcar e gordura inibem saciedade e levam a comer mais

Você chega ao cinema, e a fome vem. Parece impossível não comprar o maior pacote de pipocas disponível. Assim como é difícil não se impressionar com o quanto foi possível comer nas duas horas de filme. Além do saco de pipocas, o copo gigante de refrigerante e chocolates podem ser devorados durante a sessão. É claro que a gulodice e o clima descontraído propiciam o exagero e ajudam a explicar o descontrole. Mas pesquisadores apontam mecanismos fisiológicos e características específicas de alguns alimentos que levam as pessoas a comerem (bem) mais do que deveriam, burlando os mecanismos que levam à sensação de saciedade. Os limites que devem ser impostos ao comensal para que pare de comer vão além da impressão de estômago cheio. Por isso, reconhecer os ingredientes que levam ao engano do organismo e não se deixar levar somente pela sensação de saciedade para encerrar uma refeição ou uma rodada de petiscos pode ser crucial para evitar ganho de peso indesejado ou prejuízos à saúde. Há várias tentativas nesse sentido para alertar glutões desavisados. Um livro lançado em abril nos EUA explica por que alguns alimentos não trazem sensação de saciedade quando ingeridos -e sim aquela fissura que faz parecer ser impossível comer um só. Chamado "The Skinny: On Losing Weight without Being Hungry" (o magro: perdendo peso sem passar fome; ed. Broadway Books), ele foi escrito por Louis Aronne, especialista em programas de controle de peso do New York Presbyterian Hospital, e ainda não foi lançado no Brasil. "É verdade que caloria é sempre caloria. Mas o que não é levado em conta é como algumas calorias afetarão o que as pessoas comerão depois", diz Aronne no livro, explicando por que alguns tipos de comida -independentemente do nível calórico- têm efeito maior no ganho de peso do que outros. O autor cita alimentos feitos de carboidratos refinados, ricos em açúcar e em gordura como os maiores enganadores da sensação de satisfação. Para Aronne, esses alimentos promovem resistência à saciedade, interferindo nas mensagens enviadas ao cérebro para que o organismo entenda que é hora de parar de comer. Uma pesquisa norte-americana divulgada no último mês no "Journal of Clinical Investigation" também aponta relações semelhantes. O estudo, realizado em ratos, mostrou que alimentos que contêm ácido palmítico (substância presente em produtos ricos em gorduras saturadas) alteram a excreção de insulina e de leptina, hormônios relacionados ao apetite e à saciedade. Nos animais, os efeitos desses alimentos gordurosos duraram por volta de três dias. Teoricamente, como argumentam os pesquisadores, isso pode até ajudar a explicar por que algumas pessoas se sentem mais famintas às segundas-feiras, já que a maioria abusa desses alimentos nos fins de semana. As descobertas sugerem que, quando se come algo rico em gordura, o cérebro é "atacado" pelo nutriente e se torna resistente à insulina e à leptina, fazendo com que a mensagem de satisfação não seja transmitida. "Não estamos dizendo para, necessariamente, evitar esse tipo de gordura, e sim que devemos ter uma exposição limitada a ele, não confiando na sensação de estômago cheio como um guia para parar de comer", disse à Folha Deborah Clegg, professora de clínica médica da UT Southwestern Medical Center (EUA) e autora principal da pesquisa. Alimentos preparados com bastante gordura também são mais agradáveis ao paladar, o que propicia uma maior ingestão desse tipo de comida. "Essas teorias fazem muito sentido, e é provável que tenhamos cada vez mais evidências sobre isso. Em geral, alimentos gordurosos e doces são altamente palatáveis", diz o endocrinologista Walmir Coutinho, professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio. As gorduras também têm poder sacietógeno (de provocar saciedade) menor do que carboidratos e proteínas. Outros estudos recentes relacionam a excreção de grelina (outro hormônio relacionado ao apetite e à saciedade) e de leptina à ingestão de gorduras. "A quantidade de alimento e de calorias ingeridas em forma de gordura necessária para levar à produção desses hormônios que levam à saciedade acaba sendo muito maior", explica o endocrinologista Márcio Mancini, presidente da Abeso (Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e da Síndrome Metabólica). Outra relação estabelecida entre o menor poder de saciação das gorduras é o fato de que, em geral, quando a alimentação é rica nesse elemento, também ocorre uma consequente baixa ingestão de fibras, item que ajuda na sensação de saciedade. A pesquisadora Ana Maria Lottenberg, nutricionista da disciplina de endocrinologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, estuda a ingestão de aveia e a ação das fibras do cereal nos mecanismos de regulação da grelina, para entender se a ação do alimento vai além do estômago cheio. "Quando ficamos algumas horas sem comer, os níveis de grelina sobem na circulação, estimulando o apetite. Alguns trabalhos sugerem que alimentos ricos em fibras, como a aveia, prolongam a queda da grelina, demorando mais tempo para subir de novo e mantendo a sensação de saciedade por mais tempo." O estudo, realizado com pacientes obesos do Hospital das Clínicas de São Paulo, ainda não tem resultados preliminares. No entanto, os voluntários dizem ficar mais saciados quando fazem uma dieta de baixa caloria acrescida de aveia, o que indica o maior poder de as fibras do cereal trazerem sensação de saciedade.

Para saber mais, fonte: Folha Online

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Comida de avião: embalagem deverá ter informações nutricionais

Informação As embalagens dos alimentos servidos pelas companhias aéreas nacionais e  internacionais que operam no país deverão conter informações nutricionais dos produtos. A medida foi divulgada ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que decidiu acatar a recomendação feita em julho passado pelo Ministério Público Federal (MPF). A agência se reunirá com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) e com a Associação Brasileira das Entidades de Comissárias Aéreas (Abeca) para definir quando e como será feita a fiscalização. Além do prazo de validade, os rótulos dos alimentos deverão especificar a quantidade de carboidratos, proteínas, teor de gorduras e sódio, valor energético e a presença de glúten. "A reunião tem o objetivo de traçar um cronograma para estabelecer quando a medida entrará em ação. Ela será cumprida pelas empresas, mas a data de quando começará a ser operacionalizada ainda não foi definida", afirma o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, autor da recomendação. Caso as empresas decidam não imprimir as informações nas embalagens, o promotor afirma que tabelas de ingredientes, como cardápios ou até mesmo etiquetas poderão ser fixadas nos alimentos. "É uma solução temporária", diz Nobre. O não cumprimento da recomendação poderá acarretar em penalidades para as empresas aéreas. Por meio de sua assessoria, o SNEA diz que só irá se pronunciar após a reunião. A Abeca já se comprometeu a adotar a medida. As informações são do Jornal da Tarde.

Para mais informações, fonte: Ciência e Saúde

sábado, 10 de outubro de 2009

Gordura abaixo da pele da barriga não faz mal à saúde, conclui estudo

A gordura subcutânea da barriga, que fica logo abaixo da pele, não faz mal à saúde. É o que conclui uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), com mulheres obesas que passaram por cirurgia de redução do estômago (bariátrica). O estudo analisou o efeito o metabolismo das mulheres antes e depois de serem submetidas a cirurgia plástica na barriga para retirada de gordura, procedimento conhecido como dermolipectomia abdominal. Segundo a médica Vyvianne Azoubel Roizenblat, responsável por tese de doutorado sobre o tema, a cirurgia plástica não alterou de forma significativa o metabolismo das pacientes. Já a gordura visceral (que fica nas camadas profundas do abdome, em volta dos órgãos), essa sim tem conhecidos efeitos negativos para a saúde, como predisposição a desenvolver doenças cardiovasculares. Logo depois de uma cirurgia de redução do estômago, por causa da grande perda de peso, muitas mulheres ficam com uma sobra de pele na barriga. Muitas delas optam por uma cirurgia plástica para remover esse excesso. Vyvianne mediu a sensibilidade à insulina nessas mulheres antes e depois da cirurgia plástica abdominal. A insulina é o hormônio responsável pela redução da glicemia (taxa de glicose no sangue), pois promove o ingresso de glicose nas células. Ela também é essencial no consumo de carboidratos, na síntese de proteínas e no armazenamento de lipídios (gorduras). Entre as participantes do estudo, houve diferenças nos resultados de acordo com a idade. As mais jovens (até 36,6 anos) tiveram uma melhora na sensibilidade à insulina depois da plástica. As mais velhas (acima de 36,6 anos) tiveram uma piora. Segundo Vyvianne, algumas explicações para isso são que as mulheres mais velhas têm menos massa magra. Assim, captam menos glicose e, além disso, estão mais próximas da menopausa e por isso produzem menos estrógeno, hormônio sexual feminino que tem um papel protetor na resistência à insulina. Apesar de a gordura acumulada na barriga pelas mulheres que fazem cirurgia de redução do estômago não ter influência no metabolismo, ela tem outras consequências. Além do efeito estético, essa gordura pode acarretar doenças de pele, como micoses, e, em alguns casos atrapalha a visualização da genitália. "Essa cirurgia tem muita procura pelas mulheres que fazem cirurgia bariátrica e aumenta a qualidade de vida e a saúde dessas mulheres. Não posso afirmar que há uma melhora no metabolismo, mas posso dizer que não fará mal a elas", explicou a pesquisadora.

Para saber mais, fonte: Ciência e Saúde

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Obesidade na infância pode antecipar doenças cardíacas

A obesidade em crianças e adolescentes pode antecipar em até 20 anos o surgimento de doenças cardiovasculares, como enfarte e acidente vascular cerebral. A conclusão é de médicos do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), baseados na revisão de pesquisas realizadas sobre o assunto. A grande vilã é a aterosclerose, que se caracteriza pelo envelhecimento precoce das artérias. O processo resulta na perda da elasticidade e diminuição da espessura das artérias, o que provoca hipertensão. Em estágios avançados, pode levar à obstrução das vias de passagem do sangue, e, em consequência, ao enfarte ou AVC. "Comparamos os índices em adultos saudáveis e com adolescentes e crianças acima do peso", diz o cardiologista Wilson Salgado, médico assistente da unidade clínica do Incor. "O jovem obeso está com os mesmos índices de uma pessoa até 20 anos mais velha." Ou seja, um adolescente de 15 anos acima do peso tem as artérias tão comprometidas como a de um homem de 35 anos. O processo ocorre pela falta de exercícios físicos e uma dieta rica em gorduras e pobre em fibras e ácidos graxos (como o Ômega 3), que reduzem o colesterol bom. O médico Raul Dias dos Santos, do Incor, aponta outro problema causado pela obesidade: a síndrome metabólica, que resulta no aumento da pressão sanguínea, dos níveis de triglicérides e glicose no sangue. "A síndrome é uma bomba-relógio que pode causar precocemente o aparecimento de diabete e doenças do coração e dos vasos." Médica e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, Marcia de Castro Sebastião diz que os índices de obesidade em crianças e adolescentes têm aumentado - e hoje a doença atinge cerca de 30% dos jovens. Ela culpa os maus hábitos alimentares aliados à falta de exercício físico. "A maioria das crianças não toma café da manhã, vai para a escola e come frituras e bebe refrigerante." Ricos em gorduras e pobres em nutrientes, esses alimentos, assim como os doces, favorecem o ganho de peso. Vera Lúcia Barbosa, presidente do Instituto Movere, que atua na reeducação alimentar, diz que os pais contribuem para a má alimentação dos filhos. "Os pais não têm tempo para preparar um jantar adequado, daí apelam para o fast-food". As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Para saber mais, fonte: Ciência e Saúde