terça-feira, 28 de julho de 2009

Óleo de coco e seus benefícios

Em um estudo pioneiro, pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) comprovaram que a ingestão de óleo de coco aumenta o nível do colesterol bom. O HDL (Lipoproteína de Alta Densidade, na sigla em inglês) é uma substância lipídica responsável por transportar gorduras presentes na corrente sanguínea, sendo fundamental para combater doenças cardiovasculares. A pesquisa foi realizada por Christine Erika Vogel, orientada pelas professoras Márcia Soares da Mota e Eliane Lopes Rosado. A ideia da pesquisa surgiu do fato de a literatura científica apontar a importância da qualidade do lipídio ingerido como um adjuvante no tratamento dietoterápico da obesidade. Estudos prévios propuseram que os triglicerídeos de cadeia média (TCM), tipo de lipídio encontrado no óleo de coco, favorecem a perda de peso por induzirem o aumento do gasto energético basal e da termogênese induzida pela dieta - esclarece Márcia Soares. A pesquisa foi realizada com indivíduos adultos entre 20 e 59 anos, obesos de grau 1 (IMC entre 30 e 34,9 kg/m2). "Foram analisados 29 homens que fizeram exames de sangue para análise dos parâmetros bioquímicos - colesterol, insulina, glicose e lipídios", relata a pesquisadora. Também foram considerados: a massa corporal, os percentuais de massa magra e massa gorda. Em um segundo momento, os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Ambos fizeram uma dieta que consistia no consumo de pão branco, queijo cottage, bolachas de sal e suco industrializado. Porém, um grupo teve que ingerir 13g de óleo de coco extravirgem, enquanto o segundo ingeria a mesma quantidade de óleo de soja. "Os indivíduos só tomaram conhecimento sobre o tipo de óleo consumido após o término do estudo", esclarece Márcia. Novamente foi feita a coleta de sangue dos participantes do estudo. Posteriormente os pesquisadores formularam uma dieta balanceada para os voluntários. No jantar, metade teria que consumir 13g de óleo de coco, como tempero, e a outra metade 13g de óleo de soja. Após 45 dias novos testes sanguíneos comprovaram as expectativas do estudo. Foi significativo o aumento dos índices do colesterol HDL nos pacientes que utilizaram o óleo de coco, que ainda reduziu as taxas de glicemia - glicose em jejum - e a resistência à insulina, fatores positivos para prevenção e controle do diabetes. "Apesar dos resultados promissores encontrados na pesquisa, ainda não se pode, a partir desses dados preliminares, garantir uma recomendação populacional de uso do óleo de coco, pois há a necessidade de expandirmos o tempo de estudo e aumentarmos o número de voluntários, visando à confirmação dos efeitos benéficos. No entanto, vale destacar que o uso de óleo de coco, na quantidade de uma colher de sopa por dia, associado a um plano alimentar adequado, é seguro para o perfil lipídico e glicídico dos indivíduos," afirma Márcia Soares. O grupo de pesquisadores ainda pretende incrementar o estudo. "Nossas metas futuras incluem a realização do mesmo desenho de estudo; entretanto, em tempo maior, 90 dias, bem como a introdução de um grupo de voluntários diabéticos no estudo. Além da dissertação de mestrado da aluna Christine Érika Vogel, objetivamos a publicação dos dados em revistas científicas internacionais."

Para saber mais, fonte: Portal Diabetes

domingo, 26 de julho de 2009

Rótulos de alimentos informam sobre o glúten por causa dos celíacos

Você já deve ter observado nas embalagens dos produtos industrializados a frase "contém glúten". A lei que exige a descrição existe desde 2004 e foi aprovada para orientar que sofre da doença celíaca, uma condição que prejudica o metabolismo dessa proteína encontrada no trigo, no centeio, na cevada e na aveia. Para terem uma vida saudável, os celíacos devem dizer "não" a pães, bolos, tortas, bolachas, pizza, salgadinhos, macarrão, carnes à milanesa, achocolatados, pudins, molhos prontos e pastéis, entre outros produtos. Para um celíaco, o glúten agride as vilosidades do intestino (responsáveis pela absorção de nutrientes), causando diarreia crônica, flatulência, perda de peso, prisão de ventre, problemas de pele, fadiga e anemia. "Quando não tratada, a doença pode resultar em dermatite, menopausa precoce, infertilidade, abortos de repetição, fadiga persistente, alterações no esmalte do dente, osteoporose e câncer", cita, ainda, a especialista em nutrição clínica Ana Cristina Thomé Ambrósio. Assim como ler os rótulos é fundamental, é preciso tomar cuidado com a maneira como os alimentos foram preparados. O glúten é o que dá elasticidade às massas, então muitas vezes produtos aparentemente isentos contêm traços da proteína. Assim, uma receita sem glúten não pode ser feita no mesmo ambiente em que houve a produção de pães, bolos ou tortas.  A alternativa ao glúten são os produtos à base de arroz, batata, mandioca, batata e milho. "É perfeitamente possível ter uma vida normal, porém o paciente precisa seguir as orientações da dieta sempre, já que essa é sua única opção de tratamento", afirma Ambrósio. A avaliação nutricional criteriosa também é necessária para identificar as necessidades individuais para evitar possíveis deficiências.

Para saber mais, fonte: Ciência e Saúde

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Para algumas pessoas, o leite é o inimigo número um da dieta

Para as pessoas que sofrem de intolerância à lactose, guloseimas como sorvete, milkshake e queijo estão na lista negra. Em casos mais graves, nem mesmo bolos e tortas que contenham leite na receita podem ser consumidos. Surtos de náuseas, cãibras, sensação de estufamento, gases e diarreia são alguns sintomas provocados pela ingestão, normalmente cerca de 30 minutos após o consumo. O problema tem origem na deficiência de uma enzima chamada lactase, responsável por quebrar a lactose (o açúcar do leite) no aparelho digestivo. "Estima-se que 10% da população branca apresenta uma deficiência de lactase. Na população negra e asiática, o índice pode ser maior que 30%", diz Elisabete Almeida, diretora do departamento de Educação Médica para Leigos da Associação Paulista de Medicina (APM). Quando a deficiência de lactase não é tão expressiva, a pessoa pode consumir alguns tipos de laticínios, mas em quantidade controlada. Para ajudar a lidar com os efeitos desagradáveis da intolerância à lactose, existem opções como o leite tratado, que não contém lactose, e o de soja. Há também suplementos de enzima lactase, disponíveis em drágeas ou tabletes mastigáveis, que devem ser ingeridos junto com os laticínios. Outra opção são as gotas de enzima lactase, que devem ser adicionadas ao leite 24 horas antes do consumo. Porém, mesmo com esses recursos, é preciso controlar a quantidade a dieta. Quem não segue o tratamento corre o risco de ter deficiência de vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais, perdidos devido à diarreia prolongada. "A desnutrição causa um enfraquecimento das defesas do organismo, abrindo campo para o surgimento de infecções diversas", alerta a nutricionista Juliana Crucinsky. "O início da minha mudança de hábitos alimentares foi bastante difícil, até porque eu tenho uma relação de paixão pela culinária", conta empresária Luciane Baldo de Oliveira, 39 anos, intolerante à lactose. Para ter uma vida saudável sem abrir mão do prazer, ela passou a pesquisar alimentos que poderiam substituir o leite em sua dieta, o que resultou na criação do site www.semlactose.com. Além da intolerância à lactose, existe outra condição que faz dos produtos lácteos o inimigo número um da saúde: a alergia à proteína do leite. Nesse caso, até mesmo quantidades minúsculas podem resultar em coriza, cólica, inchaço nos olhos, reações na pele, vômito, constrição na garganta e dificuldade de respirar. Nesses casos, a única saída é eliminar completamente o leite do cardápio. O organismo do alérgico reage como se a proteína fosse um agente estranho que precisa ser combatido e desencadeia reações. O problema geralmente se desenvolve no primeiro ano de vida e, com o tempo, o sistema imunológico acaba desenvolvendo uma tolerância à proteína do leite. Enquanto isso não acontece, a saída é substituir o leite (de vaca, cabra ou búfala) por soja ou fórmulas especiais para bebês. O leite e seus derivados são uma das principais fontes de cálcio na alimentação. Por isso, cortar esses alimentos da dieta exige atenção. "Certos alimentos, como o brócolis e o espinafre e o uso de suplementos podem ser úteis para o aporte de cálcio. Deve-se também aumentar o consumo de alimentos ricos em vitamina A (fígado, abóbora, cenoura, mamão, manga, verduras verde-escuras e ovo) e vitamina D (atum, salmão, castanhas, ovo)", aconselha a representante da APM.

Para saber mais, fonte: Ciência e Saúde

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cuidado com a dieta é essencial para a qualidade de vida do diabético

É muito difícil recusar um pedaço de torta. Mas os diabéticos têm que resistir bravamente à tentação de ingerir alimentos ricos em açúcar. Como os diabéticos têm deficiência de insulina, hormônio responsável por transportar a glicose da alimentação para o interior das células do organismo, esse açúcar fica acumulado no sangue. O acúmulo de glicose pode ter conseqüências graves, como o comprometimento dos vasos sangüíneos, podendo resultar em derrames cerebrais, ataques cardíacos e até gangrena. "O grande risco de não se tratar o diabetes são as complicações da doença, entre elas a nefropatia (falência dos rins), neuropatia (comprometimento na circulação), retinopatia (cegueira) e, sobretudo, as doenças cardiovasculares", alerta Marlene Merino, coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes -SBD. Para controlar a taxa de glicose é preciso controlar a alimentação, ingerindo produtos com pouco ou sem açúcar. As gorduras também merecem atenção especial. Os horários das refeições devem ser regulares para se evitar hipoglicemia (queda da taxa do açúcar no sangue), o que causa dificuldade para raciocinar, sensação de fraqueza com um cansaço muito grande, sudorese exagerada, tremores, sonolência, visão dupla e confusão, podendo evoluir para a perda total da consciência. Além da dieta adequada, o diabetes pode ser controlado com medicamentos e injeções de insulina. Atividades físicas também são altamente recomendadas, pois aumentam a ação do hormônio e a captação da glicose pelo músculo. "O tratamento do diabetes é por si só um resgate aos hábitos saudáveis e uma rotina de ações específicas, como o monitoramento da glicemia, o uso de medicação e horários regulares das refeições", aponta Merino."Hoje em dia praticamente não existe comida proibida para diabéticos. É muito fácil encontrar produtos light e diet, e a gente acaba nem sentindo falta de comer doce", aponta o estudante de economia Ricardo Teixeira, 21 anos, portador de diabetes tipo 1. "Depois que passou minha fase de rebeldia e comecei a me cuidar, comendo direito e fazendo exercícios, sinto que minha qualidade de vida melhorou", acrescenta.

Para saber mais, fonte: Ciência e Saúde

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Portadores de gota devem restringir proteínas de origem animal

Peixes e frutos do mar são proibidos para pessoas que sofrem de gota, doença provocada pelo acúmulo de ácido úrico no sangue. Na lista negra também estão carnes como vitela, bacon, cabrito, carneiro ou ovelha, embutidos, aves como galeto e peru, miúdos e todos os tipos de bebida, além de caldos de carne, molhos prontos e fermentos para pães, todos itens ricos em purina, substância que, ao ser metabolizada, gera ácido úrico. "É normal que o ácido úrico esteja presente no sangue, mas quando ocorre uma produção excessiva ou uma deficiência na sua eliminação pelo rim, a sua concentração ataca as articulações, ou os próprios rins, produzindo cálculos renais", explica a nutricionista Jocelem Salgado, professora de Nutrição da Esalq, Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (USP). Os sintomas são dor aguda e súbita, além de inchaço e vermelhidão nas articulações, em geral nos pés. Se o tratamento não for feito desde a primeira manifestação da gota, as crises continuam e podem atingir outras articulações como as do joelho, do cotovelo, mãos e ombros - o que é chamado de artrite gotosa. Outra manifestação característica da gota é a formação de tofos sobre as articulações, que são como caroços cheios de substância branca dentro, que às vezes vazam durante as crises sucessivas de gota. E o quadro pode piorar se o doente não fizer dieta, repouso e usar os medicamentos adequados. "A chamada gota crônica é o estágio mais sério da doença, pois as complicações já se instalaram em outros órgãos do corpo, além das articulações. Neste caso, podem surgir deformidades e defeitos irreversíveis nas articulações", explica Salgado. Para se evitar esses efeitos, é preciso ter uma dieta moderada em proteínas, rica em carboidratos e relativamente pobre em gordura. O cardápio também deve incluir outros alimentos com baixos teores de purina. "É preciso enfatizar a necessidade de se restringir alimentos ricos em purinas de origem animal (carnes, miúdos, embutidos e frutos do mar). Alimentos ricos em purinas de origem vegetal não precisam nem devem ser evitados e o consumo de laticínios com baixo teor de gordura deve ser estimulado", aponta Geraldo Castelar, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Líquidos como água e sucos devem ser ingeridos à vontade (mais de três litros por dia), o suficiente para que a urina esteja sempre clara. Isso facilita a excreção de ácido úrico e minimiza a possível formação de cálculos. Seguir cuidadosamente essas recomendações é fundamental para os pacientes. "É preciso ter em mente que a gota é uma doença crônica e grave, capaz de provocar muita dor e desconforto se não for tratada com seriedade pelo doente. Por isso, é necessário tratar a doença, muitas vezes para o resto da vida", ressalta Jocelem Salgado. Por outro lado, se os cuidados necessários forem tomados, é possível conviver com a doença e ela pode até mesmo passar despercebida.

Para saber mais, fonte: Ciência e Saúde

domingo, 12 de julho de 2009

Café contra Alzheimer

Café para o tratamento de Alzheimer? É o que descrevem dois artigos publicados neste domingo no Journal of Alzheimer's Disease. Os trabalhos por enquanto foram feitos apenas em camundongos, mas os resultados deixaram os autores otimistas. Segundo o grupo internacional de pesquisadores responsável pelos dois estudos complementares, a ingestão de cafeína levou à redução de níveis anormais de placas amiloides – depósitos de proteínas que danificam nervos no cérebro e são características da doença – tanto no sangue como no cérebro de camundongos. Os estudos foram baseados em trabalhos anteriores feitos no Centro de Pesquisa sobre a Doença de Alzheimer da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, os quais mostraram que a administração de cafeína no início da vida adulta preveniu a manifestação de problemas de memória em camundongos modificados geneticamente para desenvolver sintomas de Alzheimer quando idosos. “Os novos resultados fornecem evidência de que a cafeína pode ser uma alternativa viável para o tratamento da doença já estabelecida, e não apenas como uma estratégia preventiva. Isso é muito importante, pois o consumo de cafeína é seguro para a maioria das pessoas, ela entra facilmente no cérebro e aparentemente afeta diretamente o processo da doença”, disse Gary Arendash, da Universidade do Sul da Flórida, um dos coordenadores das pesquisas. Com base nos resultados animadores, os cientistas esperam começar em breve testes em humanos para avaliar se a cafeína pode beneficiar pacientes com prejuízo cognitivo suave ou Alzheimer em estágio inicial. Os pesquisadores haviam determinado em trabalho anterior que a administração de cafeína em idosos sem sinais de demência altera rapidamente os níveis de beta-amiloide (proteína responsável pela formação da placa) no sangue, da mesma forma como foi verificada em testes com animais. O grupo se interessou em investigar o potencial da cafeína há alguns anos, após a publicação de um estudo feito em Portugal que apontou que pessoas com Alzheimer haviam consumido menos café nos 20 anos anteriores do que outros sem a doença. Desde então, diversos estudos clínicos não controlados apontaram que o consumo moderado de café poderia proteger contra o declínio da memória que ocorre normalmente durante o envelhecimento. Os novos estudos, controlados, permitiram isolar efeitos da cafeína de outros fatores, como dieta ou exercício, segundo os autores. Os trabalhos foram feitos em 55 camundongos geneticamente alterados para desenvolver problemas de memória, simulando Alzheimer, à medida que envelheciam. Depois que testes comportamentais confirmaram que os animais apresentavam sinais de déficits de memória por volta dos 18 meses – que correspondem aos 70 anos em humanos –, os pesquisadores dividiram os camundongos em dois grupos, um dos quais passou a receber café junto com a água que bebiam. Os roedores ingeriram cerca de 500 miligramas de café por dia, o equivalente a um pouco mais de dois expressos. Após os dois meses da pesquisa, o grupo que ingeriu café se saiu bem melhor do que o outro em testes para avaliar a memória. De acordo com os pesquisadores, a análise dos cérebros dos camundongos que consumiu café mostrou uma redução de quase 50% nos níveis de beta-amiloide. Outro experimento do mesmo grupo indicou que a cafeína aparentemente restaura a memória ao reduzir as quantidades cafede enzimas necessárias para a produção da beta-amiloide. Os autores estimam que a cafeína deve suprimir as alterações inflamatórias no cérebro que levam à abundância de beta-amiloide. Se a cafeína teve importante ação nos animais doentes, o mesmo não ocorreu em outro experimento feito com exemplares saudáveis. Nesses, a administração da substância não levou a uma melhoria da memória.

Para saber mais, fonte: Agência FAPESP

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um terço dos adultos e 70% dos adolescentes consomem açúcar em excesso

acucar Mais de um terço dos adultos e idosos e 70% dos adolescentes consomem açúcar além do limite estabelecido pela OMS e pelo Ministério da Saúde, revela um estudo feito pela USP (Universidade de São Paulo) com mais de 2.000 moradores da cidade de São Paulo. Além de não ter valor nutricional, o açúcar em excesso foi associado ao déficit de nutrientes. Segundo as autoras, apesar de o Brasil ser um dos principais produtores mundiais de açúcar proveniente da cana, não há estudos populacionais que investiguem esse consumo entre os brasileiros. Os resultados são fruto de duas pesquisas feitas a partir de um mesmo banco de dados. Uma delas focou na análise dos adultos e idosos e a outra, no consumo dos adolescentes. Os trabalhos investigaram a ingestão do açúcar presente nos alimentos industrializados e do de adição (aquele que é acrescentado aos preparados). Entre as pessoas com consumo excessivo, o açúcar representa, em média, 12% das calorias ingeridas diariamente, contra os 10% recomendados. Em alguns casos, esse valor chegou a 25%. Embora o valor não seja tão alto, ele causa preocupação. "O valor de 10% já é o limite. Além disso, o maior consumo de açúcar associou-se à menor ingestão de alguns nutrientes, como proteína, fibras, zinco, ferro, magnésio, potássio, vitamina B6 e folato", diz a nutricionista Milena Bueno, uma das autoras da pesquisa. Além de causar cáries, os alimentos açucarados levam facilmente ao ganho de peso - fator agravado porque normalmente esses produtos contêm gorduras. E a obesidade está relacionada a várias doenças. Alguns estudos também sugerem que os doces despertem uma espécie de vício. "A pessoa passa a querer mais", afirma Luciana Bruno, nutricionista da Sociedade Brasileira de Diabetes. A maior prevalência do consumo exagerado ocorre nos adolescentes. Mas a pesquisa revelou que, em média, 37% dos adultos e idosos abusam do doce. Entre as mulheres adultas, 40% ultrapassam os limites, contra 35% dos homens. Nos idosos, as taxas são 30% e 23%, respectivamente. Os refrigerantes foram os maiores responsáveis pelo excesso de açúcar consumido por adolescentes e adultos. Nos mais jovens, a bebida responde por 34,2% do açúcar ingerido pelos meninos e 32% do açúcar ingerido pelas meninas. Já os alimentos achocolatados em pó representam 11% do consumo. Entre os idosos, a principal fonte foi o açúcar de adição. "Provavelmente pelo consumo em cafés e chás", acredita a nutricionista Milena Bueno. Mas itens como bolachas recheadas, bolos prontos, sucos industrializados e cereais matinais também contribuíram. A pesquisa ouviu 793 adolescentes, 689 adultos e 622 idosos. Os voluntários, todos residentes em São Paulo, foram selecionados a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, e responderam a um questionário detalhado sobre a consumo de alimentos no dia anterior. "É uma amostra que pode ser considerada representativa do município de São Paulo", diz a nutricionista Ana Carolina Colucci, também autora do trabalho. "Podemos extrapolar os dados para regiões com as mesmas características, ou seja, a população urbana de grandes cidades brasileiras", acrescenta Milena Bueno. Outras conclusões do estudo revelaram que mulheres consomem mais açúcar do que os homens e que não há diferenças significativas em razão do nível socioeconômico. "Não esperávamos encontrar essa alta prevalência de adolescentes com consumo acima do limite máximo", diz Ana Carolina Colucci. "Isso é preocupante principalmente se considerarmos que o açúcar de adição não é componente essencial à dieta, devendo ser inserido de maneira restrita tanto em relação à frequência quanto à quantidade em uma alimentação saudável", lembra ela. Para diminuir a dose diária de açúcar, é possível mudar alguns hábitos, como evitar acrescentar o alimento a sucos e vitaminas e diminuir as colheradas em bebidas como café e chás. "Também vale substituir o açúcar branco pelo demerara ou pelo mascavo, que têm a mesma quantidade de calorias, mas menos aditivos químicos", recomenda a nutricionista Luciana Bruno.

Para saber mais, fonte: Folha Online

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Hormônio da fome e alcoolismo

A grelina, hormônio produzido no estômago que ajuda a induzir a fome, pode ter um papel importante no desenvolvimento da dependência do álcool, aponta estudo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Descoberta em 1999, a grelina tem sido objeto de muitos estudos desde então. O hormônio ajuda o organismo a controlar o peso como parte de um complexo sistema que regula a ingestão de alimentos e o consumo de energia. Na nova pesquisa, Elisabet Jerlhag, da Universidade de Gotemburbo, na Suécia, e colegas descrevem que a administração de grelina em camundongos levou a um aumento no consumo de álcool. Por outro lado, ao bloquear a ação do hormônio, constataram uma diminuição no consumo. Estudos anteriores haviam identificado a presença de receptores de grelina em áreas específicas do cérebro que têm papel importante no sistema responsável pela sensação de recompensa. Como esses mecanismos parecem mediar a recompensa no caso da ingestão de alimentos e de bebidas alcoólicas, os pesquisadores do novo estudo estimaram que a grelina poderia mediar a dependência de álcool. A administração direta do hormônio em áreas do cérebro responsáveis pelos sistemas de recompensa em camundongos levou a um aumento de cerca de 45% no consumo de álcool, na comparação com animais que receberam uma solução salina. O consumo de álcool também diminuiu quando os autores administraram compostos que interferem com a sinalização da grelina. Segundo os autores da pesquisa, os camundongos com sinalização reduzida do hormônio aparentaram estar menos suscetíveis às propriedades de recompensa do álcool porque seus cérebros produziam menos dopamina. De acordo com os pesquisadores, os efeitos de recompensa do álcool formariam uma parte intrínseca do processo de dependência. A grelina, apontam, mostrou ser um alvo em potencial para novas terapias para tratamento de alcoolismo.

Para saber mais, fonte: Agência FAPESP

sábado, 4 de julho de 2009

Teste mostra que bolacha água e sal pode engordar mais do que pães

biscoito

Ideia comum a muitos que querem perder peso, trocar pão por biscoito água e sal ou cream cracker é um erro, segundo nutricionistas e um teste da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste). Apesar de mais calórico, um pão francês (ou dois de forma) é mais saudável e engorda menos do que cinco biscoitos. A nutricionista Gisele Magalhães explica que há outros fatores que contam para o ganho de peso - entre eles, a presença de fibras e gordura. "Além de benéfica para o funcionamento do intestino, as fibras diminuem absorção de gordura." No caso dos pães, há mais fibras e menos gordura do que nos biscoitos, embora o número de calorias seja maior. Outra vantagem dos pães: a sensação de saciedade é maior do que a sentida ao comer os biscoitos. A pesquisa da Pro Teste avaliou 15 marcas de biscoitos. Segundo a nutricionista da Pro Teste, Manuela Dias, cerca de seis biscoitos (30 gramas) água e sal pode ter 1,2 g de gordura trans e o cream cracker, 1,4 g. A Organização Mundial de Saúde recomenda que o consumo dessa gordura não seja maior que 2 g por dia. "É difícil evitar a gordura trans hoje", diz ela. "E, se em apenas seis biscoitos consome-se mais da metade, o risco de ultrapassar os 2 gramas é muito alto." O estudo também revelou que a quantidade de sal ultrapassou em duas marcas na porção de 30 g ultrapassou o recomendado. A nutricionista da Pro Teste culpa a falta de regulamentação do setor alimentício para os altos índices de sal e gordura trans. "A legislação é muito permissiva e não estabelece limites." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Para saber mais, fonte: Medilar

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Energéticos devem ser evitados na hipertensão arterial e em cardiopatas

Duas latas de bebidas energéticas aumentam tanto a energia quanto a pressão arterial e a frequência cardíaca, segundo apresentação de um estudo na Sessão Científica da American Heart Association. O estudo, conduzido por pesquisadores da Wayne State University, mostrou que a frequência cardíaca e a pressão arterial de adultos saudáveis que tomam duas latas de energético por dia aumentam após a ingestão. Este aumento pode não ter perigo para pessoas saudáveis, mas tanto o aumento da pressão arterial, quanto o da frequência cardíaca podem ter repercussões clínicas em indivíduos com doenças cardíacas e naqueles que têm o hábito de usar bebidas energéticas com frequência. James Kalus, coordenador do estudo, disse que indivíduos com hipertensão arterial e doenças do coração devem ser orientados a evitar este tipo de bebidas. Estes energéticos contêm altos níveis de cafeína e taurina. Ambos já demonstraram efeitos na função cardíaca e na pressão arterial em outros estudos. Durante o presente estudo, a frequência cardíaca aumentou de 5 a 7 batimentos por minuto. A pressão arterial sistólica aumentou 10 mmHg depois do consumo do energético. Não foram encontradas alterações significativas no eletrocardiograma dos participantes. Como as atividades físicas também podem aumentar naturalmente a frequência cardíaca e a pressão arterial, e são consideradas benéficas à saúde, isto pode ser um bom argumento para aqueles que fabricam ou vendem tais bebidas. Os pesquisadores, no entanto, argumentam que energéticos podem trazer danos àqueles que desconhecem problemas de saúde prévios. Eles recomendam que, até que novos estudos sejam realizados, pessoas com pressão alta ou doenças cardíacas evitem estas bebidas, pois elas podem alterar a pressão arterial e a eficácia das medicações anti-hipertensivas.

Para saber mais, fonte: Saúde em Foco