sexta-feira, 20 de junho de 2008

Obesidade infantil é causada por maus hábitos

De acordo com o endocrinologista e nutrólogo João César Castro Soares, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o grande vilão dessa geração é o novo estilo de vida familiar. Na maioria das casas, por exemplo, as refeições são feitas com os práticos produtos industrializados dos supermercados. Quem não acha mais fácil abrir um suco de caixinha do que descascar laranjas para fazer um refresco? Some-se a isso a rotina estressante das crianças, que desde pequenas são preparadas para o mercado competitivo e preenchem o dia com escola, lição de casa, curso de inglês, aula de violão, pesquisa na internet, bate-papo no orkut... “Essa ausência de movimento e a tensão diárias produzem hormônios que favorecem o ganho de peso. O cortisol, por exemplo, retém líquido e eleva o acúmulo de gordura”, explica o médico. Para piorar, no fim de semana, muitos pais exaustos até comemoram quando o filho prefere jogar videogame a andar de bicicleta no parque. Eles esquecem que a garotada de hoje, por conta da violência e dos compromissos, quase não sai de casa e só gasta energia durante a (rara) educação física na escola. “Essa quantidade de exercícios é pequena comparada ao consumo atual de calorias”, garante João César. O resultado dessas atitudes é alarmante, como mostram os dados de uma pesquisa realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, com 231 crianças de comunidades carentes e idades entre cinco e nove anos. Segundo a nutricionista Sueli Rosa Gama, uma das pesquisadoras, 11% delas tinham sobrepeso, 65% apresentava alguma alteração de gordura no sangue (triglicérides ou colesterol altos) e 3% já era portadora de hipertensão (doença típica de adultos). E, para comprovar que o mau exemplo dos adultos pode influenciar nas escolhas erradas das crianças, dos pais avaliados, 77% tinham hipertensão; 59%, excesso de peso; 42%, diabetes; e 40%, índices elevados de gordura no sangue.

Para saber mais (fonte): ITodas

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Estilo de vida saudável promove mudanças genéticas

Mudanças radicais no estilo de vida tais como uma dieta mais saudável ou a prática regular de exercícios físicos podem prover não apenas um corpo melhor, como também uma melhora rápida e dramática na atividade genética da pessoa, afirmaram pesquisadores dos Estados Unidos na segunda-feira. Em um pequeno estudo, os cientistas acompanharam 30 homens com câncer de próstata de baixo risco que decidiram não seguir o tratamento médico convencional, abrindo mão da cirurgia e das sessões de radiação ou terapia com hormônios. Os homens submeteram-se, durante três meses, a estilos de vida totalmente diferentes, incluindo uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos, legumes e produtos de soja, exercícios físicos moderados como caminhar uma hora e meia por dia e a realização de uma hora diária de práticas de gerenciamento de estresse, tais como meditação.
Conforme o esperado, o grupo perdeu peso, viu diminuir sua pressão arterial e verificou outros ganhos em termos de saúde corporal. Mas os pesquisadores descobriram a ocorrência de mudanças mais profundas quando compararam as biópsias da próstata feitas antes com aquelas feitas depois da adoção do novo estilo de vida. Após três meses, os homens tiveram uma mudança de atividade em cerca de 500 genes -- incluindo 48 deles que passaram a funcionar e 453 que deixaram de funcionar. A atividade de genes capazes de prevenir doenças aumentou ao passo que vários genes causadores de doenças, tais como os envolvidos no câncer de próstata e de mama, desligaram-se, segundo o estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. A pesquisa foi comandada por Dean Ornish, chefe do Instituto de Pesquisa sobre Medicina Preventiva em Sausalito, Califórnia, um conhecido defensor de mudanças no estilo de vida para melhorar a saúde das pessoas. "Essa é uma descoberta animadora porque, com freqüência, ouvimos as pessoas dizendo: 'Ah, isso é por causa da minha genética. O que eu posso fazer?'. Bom, parece que há muita coisa que podemos fazer", disse, em uma entrevista concedida por telefone, Ornish, que possui laços também com a Universidade da Califórnia em San Francisco. "Em apenas três meses, sou capaz de influenciar centenas dos meus genes com uma simples mudança na minha dieta e na forma como vivo. Isso é muito empolgante", afirmou Ornish. "As implicações do nosso estudo não se limitam aos homens com câncer de próstata." Segundo Ornish, os homens evitaram o tratamento médico convencional para o câncer de próstata por motivos alheios ao estudo. Mas, ao tomar essa decisão, permitiram que os pesquisadores analisassem as biópsias de pessoas com câncer antes e depois da mudança em seu estilo de vida. "Isso nos deu a oportunidade de ter um motivo ético para fazer repetidas biópsias em um período de apenas três meses porque eles precisariam submeter-se a isso de qualquer forma a fim de avaliar as alterações clínicas (no câncer de próstata)", disse Ornish.

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde

terça-feira, 10 de junho de 2008

Diagnóstico precoce de anorexia nervosa ajuda no tratamento

Ser magra a qualquer preço é a meta de muitas mulheres. No entanto, esse objetivo pode se tornar uma obsessão e levar a pessoa a jejuar, vomitar para eliminar o pouco que comeu e praticar atividade física à exaustão com receio de ganhar peso. Trata-se de um distúrbio psiquiátrico chamado anorexia nervosa, mal que atinge mulheres de 12 a 21 anos. O diagnóstico correto e precoce, indicam especialistas, ajuda a acelerar o sucesso no tratamento da doença. "A pessoa não aceita a idéia de ganhar peso. Está magra mas se acha gorda. É uma distorção da imagem", explica Sérgio dos Anjos Garnes, nutrólogo de assistência aos transtornos alimentares da Unifesp e do Hospital São Luiz Anália Franco. De acordo com Garnes, a anorexia caracteriza-se pelo Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 18,5 ou menor que 85% do esperado para a idade, o medo extremo de adquirir peso e amenorréia (falta de menstruação) por três meses. Muitas vezes, meninas que apresentam essas características cresceram vendo a mãe preocupada com o peso ou sonham em ser modelo. "Elas foram criadas com a visão de que o corpo não está bom e na adolescência isso se confirma. Elas passam a fazer questão de manter o peso baixo, pois acreditam que o magro é belo", afirma Rita Callegari, psicóloga e chefe do setor de psicologia do Hospital São Camilo Pompéia, da capital paulista. Segundo Garnes, normalmente são jovens perfeccionistas, que têm um comportamento mais introvertido, são mais passivas, sofreram algum tipo de abuso ou outros eventos traumáticos durante a infância. "Essas pessoas passam a evitar festas, preferem viver isoladas e apresentam um quadro de depressão. E as conseqüências por deixar de comer voluntariamente fazem com que apareçam anemias, o cabelo enfraquece, as unhas ficam quebradiças, ocorre prisão de ventre e um sério comprometimento emocional", diz Rita. "Se não for tratada, a anorexia pode ser fatal", enfatiza. Entretanto para curar um paciente com anorexia nervosa é necessário um tratamento multidisciplinar. "É preciso o trabalho conjunto de um psicólogo, um psiquiatra, orientação nutricional, remédios para diminuir a ansiedade e um trabalho minucioso para a pessoa voltar a se alimentar corretamente. Quanto antes for feito o diagnóstico, será mais fácil obter resultados", avisa Garnes. Entre os sinais físicos da anorexia nervosa estão queda de cabelo, falta de menstruação (amenorréia) por um trimestre, frio em demasia, sono excessivo, lanugo (o corpo fica coberto por uma fina penugem) e perda significativa de peso. Entre sinais psicológicos, a pessoa passa a evitar eventos sociais, tende a irritabilidade, baixa auto-estima, agressividade, sentimento de culpa e insônia. Além disso, permanece o interesse em continuar perdendo peso, apesar de estar magro; a pessoa mente afirmando que comeu algo ou esconde o alimento para depois jogá-lo fora e passa a ter problemas de relacionamento com outros integrantes da família, especialmente a mãe.

Para a saber mais (fonte): Ciência e Saúde

domingo, 8 de junho de 2008

Chás

cha

Extraídos da mesma planta, a Camellia sinensis, os chás verde e branco ficaram  populares devido às suas funções terapêuticas, como a prevenção contra diversos tipos de câncer, ao seu poder emagrecedor e outras coisas. Essas bebidas, porém, exigem cautela ao serem consumidas, pois os benefícios podem, literalmente, virar dor de cabeça. "Os chás verde e branco são alimentos funcionais, pois nutrem e combatem doenças. Para aproveitá-los corretamente, é preciso ficar de olho na dosagem e nas características do organismo de cada um", diz a nutricionista Roseli Rossi, da clínica Equilíbrio Nutricional. Ela recomenda buscar orientação médica antes de ingerir esses chás. "As pessoas pensam que podem bebê-los indiscriminadamente, e isso não é verdade", alerta. Um dos principais cuidados em relação a essas bebidas é a existência de cafeína em sua composição. A substância, também presente no café, pode aumentar a pressão arterial e causar problemas como taquicardia, dor de cabeça e náuseas. "Como aceleram o metabolismo, esses chás não são indicados a pessoas com problemas cardíacos ou hipertensos. Também devem ser evitados por grávidas e lactantes. A cafeína pode afetar o bebê", salienta a farmacêutica Paula Viñas, da farmácia Fitobrasilis. Casos de insônia, gastrite, problemas renais, hipertireoidismo, ansiedade e taquicardia são incompatíveis com os chás. Indivíduos com deficiência de ferro no organismo também devem evitar essas bebidas. "Elas contêm tanino, substância que inibe a absorção do mineral", afirma Roseli. Segundo Paula Viñas, quem faz uso do remédio doxorrubicina deve ser monitorado. "Os chás potencializam o efeito desse medicamento."

Para saber mais (fonte): Folha Online

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Suplemento ajuda pacientes a controlar a fenilcetonúria

Cerca de 120 bebês nascem por ano no Brasil com fenilcetonúria. De origem genética, a fenilcetonúria se caracteriza pela dificuldade em metabolizar o aminoácido fenilalanina, substância abundante em alimentos de origem animal. "Se o diagnóstico e o tratamento forem precoces, a criança se desenvolve sem deficiência. Os primeiros três meses são decisivos", garante a pediatra Paula Vargas, do Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde. O Teste do Pezinho, aplicado após o nascimento, pode detectar a fenilcetonúria e outras doenças. Se não for controlada, provoca deficiência mental progressiva, deterioração neurológica e quadros de autismo. Em 2001, o Ministério da Saúde decidiu reavaliar a triagem neonatal via Sistema Único de Saúde (SUS) e ofertar acompanhamento especializado para as doenças detectadas. Um suplemento indicada a portadores de fenilcetonúria, por exemplo, passou a ser distribuída gratuitamente. O novo desafio do governo é estimular uma adesão prolongada ao tratamento. "Apesar de a terapia ser subsidiada pelo governo, cerca de 70% dos pacientes desistem de controlar a doença na adolescência", lamenta a pediatra do Ministério da Saúde. Antes da distribuição gratuita do suplemento, gastava-se cerca de 100 dólares por lata do produto. "Uma criança de dez anos consome, em média, cinco latas por mês", completa a médica. Segundo a nutricionista Maria Efigênia de Queiroz, do Serviço de Referência de Triagem Neonatal da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), os pacientes com fenilcetonúria devem seguir uma dieta acompanhada regularmente para a detecção de deficiências nutricionais ou suas complicações, como anemia ferropriva e osteoporose. "É um tratamento para a vida toda", orienta. Na opinião da psicóloga da APAE Leila Maria Evangelista, fatores socioambientais interferem na adesão ao tratamento. "A adolescência é uma fase de transformações, questionamentos, atitudes desafiadoras e descrença nas conseqüências da doença. O jovem não quer ser diferente dos amigos, por isso tende a resistir em seguir as recomendações da equipe", afirma Leila.

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Responsabilidade pelo excesso de peso não é só do obeso, diz especialista

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 400 milhões de pessoas no mundo são obesas. O número não pára de aumentar, mas o perfil das pessoas com excesso de peso, tem se alterado. Assim como as abordagens dos médicos para combater o problema."Entre 1975 e 2003, houve um crescimento importante na prevalência de obesidade principalmente entre os homens", afirma Rosely Sichieri, médica e professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)."Se o fenômeno inicialmente se concentrava entre as mulheres, hoje já presenciamos uma redução entre aquelas de classes mais altas e regiões mais ricas do país", pontuou a pesquisadora durante o painel "Epidemia mundial de obesidade", realizado neste terça-feira (3) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pela Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma).Um estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA, pode ajudar a explicar porque algumas pessoas não engordam apesar de comer muito. Testes realizados com vermes C. elegans em laboratório indicam que sistemas independentes do organismo controlam a quantidade de alimento consumido e o metabolismo da gordura (o quanto o verme vai engordar). As descobertas podem servir de base para o desenvolvimento de estratégias contra a doença. "A obesidade é uma questão multidisciplinar", lembrou Táki Cordás, psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (Ambulim) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). O psiquiatra enfatizou que, ao contrário da crença antiga de que a obesidade seria um sintoma de problemas psiquiátricos, hoje ela é encarada como desencadeadora de alterações psicossociais e psiquiátricas, como distúrbios da imagem corporal e depressão. Segundo ele, quanto maior o grau de obesidade, maior o risco de transtornos psiquiátricos. Cordás revelou também que entre 25% e 30% dos obesos têm transtorno de compulsão periódica, ou seja, não conseguem se controlar diante da comida. Outro transtorno apontado como bastante comum entre esse grupo é a síndrome do comer noturno, na qual a pessoa levanta-se durante a madrugada e come tudo que encontra pela frente, muitas vezes, esquecendo-se do fato na manhã seguinte.

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde