quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Consumo de leite por adultos

leite Adultos devem ou não tomar leite? Em torno dessa pergunta polêmica e ainda sem resposta consensual da comunidade científica o livro Leite para Adultos: Mitos e Fatos frente à Ciência (Varela Editora) foi lançado este mês durante o 8º Simpósio Latino-Americano de Ciências de Alimentos. A obra, de Adriane Elisabete Costa Antunes, professora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Maria Teresa Bertoldo Pacheco, pesquisadora do Centro de Química de Alimentos e Nutrição do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), é uma coletânea de publicações científicas a respeito do assunto. O ser humano é o único mamífero que consome leite de outra espécie e que o continua consumindo após o desmame. Esse ponto tem levantado questionamentos a respeito de seu consumo na idade adulta, que não seria algo “natural”. Beber leite após o período da lactação foi um hábito adquirido pelos seres humanos ao longo da história. Segundo o livro, adaptações genéticas em diferentes momentos e civilizações promoveram a capacidade de os humanos adultos digerirem os componentes do leite. Esse processo deve ter começado em uma época histórica próxima ao início da domesticação e da criação de animais, aponta Adriane. Prova de que essa adaptação ao leite é recente em termos históricos é o alto índice de intolerância à lactose (o açúcar do leite) ainda hoje presente na população mundial. “Há regiões em que essa intolerância chega a 80% da população, como em partes da África, Ásia e Oriente Médio”, disse. No entanto, isso não seria sinal de que o leite é nocivo e que deva ser evitado pelos adultos. O maior motivo é que ele é a principal fonte de cálcio absorvido por meio da alimentação, respondendo por 70% do total ingerido pelo homem desse mineral. “As mães enquanto estão amamentando precisam de reposição de cálcio ou acabam retirando-o do próprio organismo”, alerta Adriane, lembrando que a falta do mineral pode causar problemas nos ossos como osteoporose, osteopenia e osteomalase. Para a pesquisadora, esse argumento reforça o apoio ao consumo de leite, uma vez que não há vegetais ou outra fonte alimentar tão rica em cálcio. Outro dado importante é que, segundo estudos citados no livro, 45% das lactantes intolerantes à lactose perdem a sua intolerância durante o período de gravidez e de lactação. Quanto às críticas ao consumo de leite de outras espécies, Adriane rebate dizendo que o homem é extremamente adaptável e tem capacidade para exercer escolhas. “Outros animais também gostam e beberiam leite de outras espécies se lhes fosse oferecido. Mas o homem ainda considera o leite um alimento nobre para dar aos animais”, disse.

Para saber mais, fonte: Agência FAPESP

domingo, 22 de novembro de 2009

Resveratrol pode proteger contra esteatose hepática em alcoólicos

vinhotinto De acordo com os investigadores da Universidade da Flórida do Sul, o resveratrol, um polifenol presente no vinho tinto, pode prevenir o desenvolvimento de esteatose hepática associada ao consumo crónico de álcool. O estudo, desenvolvido em ratos, revelou que o resveratrol pode activar duas moléculas que participam na sinalização celular e degradação das gorduras no fígado: proteína quinase activada por AMP (AMPK) e sirtuína 1 (SIRT1). Estas moléculas são alegadamente inibidas pelo álcool, levando à acumulação de gordura e esteatose hepática (fígado gordo). Embora as recomendações dos especialistas sejam obviamente para evitar o consumo excessivo de álcool, os resultados sugerem que indivíduos alcoólicos podem beneficiar se aumentarem o seu consumo de alimentos ricos em resveratrol. Investigações anteriores associaram os potenciais efeitos benéficos do vinho ao resveratrol, um potente polifenol e químico anti-fúngico que ocorre naturalmente debaixo da pele de uvas pretas. O resveratrol é frequentemente referido como o composto bioactivo das uvas e vinho tinto e tem sido particularmente associado ao 'French Paradox', denominação utilizada para descrever a baixa incidência de doença cardíaca e obesidade entre os Franceses, apesar da sua dieta com elevado teor de gordura e consumo de vinho. Os investigadores, liderados por Joanne Ajmo, estudaram os efeitos do resveratrol a nível molecular. Os ratos foram divididos em 4 grupos: dieta hipolipídica suplementada com resveratrol; dieta hipolipídica suplementada com resveratrol e etanol; dieta hipolipídica suplementada com etanol e dieta hipolipídica apenas (grupo controlo). No fim do estudo, os investigadores revelaram que, tal como esperado, o resveratrol aumentou a expressão da SIRT1 e estimulou a actividade da AMPK no fígado dos ratos que consumiram álcool. Mais ainda, estes aumentos foram associados a alterações nos níveis de outras moléculas que controlam o metabolismo lipídico, incluindo a adiponectina, uma hormona produzida pelos adipócitos que ajuda a controlar a obesidade. Estas alterações foram associadas à prevenção da acumulação de gordura no fígado dos ratos tanto pela redução da produção de gordura como pelo aumento do consumo da gordura presente.

Para saber mais, fonte: APD

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Nutrientes desperdiçados

tomate A rotina agitada faz com que cada vez mais pessoas optem por alimentos industrializados, o que tem levado a um constante aumento na produção. Com isso, cresce também um problema ainda pouco estudado no país, o desperdício industrial. Mieko Kimura, professora do Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São José do Rio Preto, encontrou importantes substâncias nutricionais, chamadas bioativas, nos lixos das empresas. Os resíduos industriais analisados mostraram ser fontes ricas de carotenoides, compostos fenólicos, fibras e vitamina C, substâncias que poderiam ser aproveitadas pelas indústrias farmacêutica e cosmética e pelo próprio ramo alimentício. “Descartados, esses resíduos geram ônus para as empresas, que muitas vezes pagam para terceiros fazerem o descarte, além de criar problemas ambientais e aumentar o valor do produto fabricado”, afirmou durante o 8º Simpósio Latino-Americano de Ciência de Alimentos, realizado na semana passada na Universidade Estadual de Campinas. A pesquisadora recolheu resíduos de pequenas e médias indústrias oriundos de diferentes matérias-primas, como tomate, abóbora e goiaba. Em apenas uma empresa, como resultado do processamento do tomate, Mieko contabilizou o desperdício de 24 quilos de licopeno e cerca de 250 gramas de betacaroteno no período de um mês. “Parece pouco, mas não é. Basta considerar que 1 miligrama de betacaroteno vale US$ 25 no mercado norte-americano”, apontou. Betacaroteno é uma pró-vitamina que, ao ser processada pelo organismo, auxilia na produção de substâncias nutricionais importantes, especialmente a vitamina A. A triste ironia, lembra, é que muitas empresas de alimentos compram pró-vitaminas para enriquecer os seus produtos. Mieko listou vários fatores que têm estimulado o aumento do consumo de alimentos industrializados, entre os quais o fato de os vegetais in natura serem mais perecíveis em contraponto ao período de validade dos industrializados, maior devido ao uso de conservantes. Também há o problema da falta de tempo para preparar os alimentos e a melhora da qualidade sensorial, ou seja, no gosto dos produtos industrializados. “Esses fatores têm feito a produção crescer bastante, em especial a de sucos prontos, que está entre os ramos que mais têm prosperado”, disse. Como solução para o desperdício, a professora da Unesp preconiza a pesquisa científica no setor. “Precisamos incentivar os estudantes a trabalhar com resíduos industriais”, afirmou. Segundo Mieko, o Brasil tem perdido recursos valiosos nos processos industriais de alimentos. Se a fábrica está tomando cada vez mais o papel do consumidor na hora de espremer um suco, fazer uma compota de doce ou extrair molho de tomate, ela também deve investir no aproveitamento total das matérias-primas para que todos saiam ganhando.

Para saber mais, fonte: Agência FAPESP

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Boca da obesidade

Um estudo feito no Instituto Forsyth, em Boston, Estados Unidos, com participação brasileira, encontrou forte associação entre a ocorrência de obesidade e a bactéria Selenomonas noxia, encontrada na boca. A pesquisa, publicada no Journal of Dental Research, foi desenvolvida por Max Goodson com a participação do professor Francisco Carlos Groppo, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para o estudo, foram selecionados 313 pacientes saudáveis do sexo feminino, que apresentavam sobrepeso ou obesidade de nível 1 (circunferência de cintura entre 80 e 88 centímetros). Os resultados, de acordo com Groppo, apontaram um grau elevado da presença do microrganismo em mais de 90% das mulheres. “A bactéria foi encontrada em quantidade muito superior ao normal nas pessoas obesas, a tal ponto que seria possível identificar um indivíduo obeso simplesmente pela presença de certa concentração dessa bactéria em sua boca”, disse Groppo à Agência FAPESP. A contribuição de Groppo para o estudo começou durante seu pós-doutorado, realizado em Boston em 2002. Atualmente, o cientista recebe apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio a Pesquisa – Regular, com o projeto “Efeito da homeopatia e fitoterapia sobre parâmetros morfológicos em alveólo e glândulas salivares de ratos irradiados”. “Esse é o primeiro estudo que aponta uma bactéria da boca como tendo implicação na obesidade. Sabemos que várias outras doenças têm implicação direta com bactérias da boca”, explicou Groppo, que é pesquisador na área de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica da FOP. A bactéria Selenomonas noxia não depende de oxigênio para sobreviver e é frequentemente encontrada em pacientes com periodontite. “Ela não surge do nada. Para se fixar, precisa de condições especiais, que envolvem uma sequência de eventos distintos”, explicou. Apesar da descoberta, o pesquisador afirma que não é possível ainda tirar conclusões definitivas. “Não dá para saber se é a bactéria que causa a obesidade ou se a patologia é que provoca a alta concentração da bactéria”, disse. Curiosamente, segundo ele, a Selenomonas noxia é do mesmo grupo de microrganismos que, no passado, foram encontrados no intestino e estavam relacionados com a obesidade. “Além disso, ela está associada também a abortos”, disse. Segundo Groppo, o estudo poderá servir como indicador para caracterizar uma pessoa como obesa ou não. “Observando a concentração dessa bactéria, é possível diagnosticar se determinado indivíduo é obeso, tamanha a precisão na associação”, afirmou. O estudo permite levantar algumas hipóteses. “Talvez o organismo dos obesos possa gerar nutrientes específicos para essa bactéria, fazendo com que ela se multiplique além do normal. Também é possível que a bactéria produza substâncias químicas na boca que, uma vez absorvidas, poderiam aumentar a sensação de fome”, disse. O estudo continuará simultaneamente em Boston e em Piracicaba. “O professor Max Goodson vai estudar a evolução das bactérias nas crianças. E eu vou começar a fazer uma série de testes in vitro”, explicou. Groppo alerta para a necessidade de cuidados com a saúde bucal. “É preciso frisar para a população em geral a necessidade de procurar atendimento odontológico. Esse estudo é mais uma mostra de que a saúde começa pela boca”, disse.

Para saber mais, fonte: Agência FAPESP

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Corante que trata dano na medula produz camundongo azul

Um corante azul usado em doces ajuda a tratar ferimentos na medula espinhal, concluíram cientistas após estudos com camundongos. O tratamento - detalhado na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences - apresenta, no entanto, pelo menos um efeito colateral: os camundongos usados no estudo ficaram temporariamente azuis. Mudanças moleculares que ocorrem nas horas que sucedem o ferimento inicial podem causar danos ainda mais sérios à medula. Mas os pesquisadores da Universidade de Rochester, no Estado de Nova York, descobriram que esse processo pode ser interrompido ou minimizado com o uso do corante, conhecido como Azul Brilhante G (BBG, na sigla em inglês). ATP e receptor - Em estudos anteriores, a equipe da universidade já havia demonstrado que, logo após uma lesão na medula, moléculas de substância conhecida como ATP rapidamente inundam a área do ferimento. A ATP, ou trifosfato de adenosina, é uma fonte de energia vital para o organismo e mantém as células vivas, mas doses maciças da substância na região do ferimento matam neurônios saudáveis agravando a lesão. No ferimento, o ATP se liga a um receptor, o P2X7, e na presença desta união que ocorre a morte dos neurônios. O BBG age contra o P2X7, com a vantagem de poder ser administrado na forma de uma injeção padrão, longe do ferimento. Dose Alta - Os pesquisadores esperam que um dia seu trabalho possa ajudar a diminuir os riscos de paralisia após lesões na medula. Mas eles enfatizam que muitas pesquisas terão de ser feitas para que se chegue a um tratamento e acrescentam que esse tratamento só funcionaria se administrado logo após a lesão. "Não temos hoje um tratamento efetivo para pacientes que sofrem uma lesão aguda na coluna", disse o pesquisador Steven Goldman. "Nossa esperança é de que este trabalho leve a uma droga prática e segura que possa ser dada ao paciente logo após a lesão para evitar os danos secundários". O diretor de pesquisas da ONG britânica Spinal Research, que promove estudos sobre a medula, disse que o novo estudo pode ser promissor na busca de tratamentos de proteção para os neurônios saudáveis, evitando os danos secundários que ocorrem nas horas e dias que sucedem a lesão inicial na coluna. "O fato de que (o BBG) é um corante aprovado para uso em alimentos já parece ser um bom começo", disse Mark Bacon. "Mas as quantidades encontradas nos alimentos não nos fazem ficar azuis". Resta saber se, em doses maciças, o BBG apresentaria ou não efeitos colaterais perigosos.

Para saber mais, fonte: Ambiente Brasil

domingo, 8 de novembro de 2009

O outro lado da balança

A atividade física é capaz de restaurar a sensibilidade dos neurônios envolvidos no controle da saciedade, o que pode contribuir para a redução da ingestão alimentar e, consequentemente, do peso corporal. Essa é uma das conclusões de um estudo apresentado durante a 24ª Reunião Anual da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), realizada em Águas de Lindoia (SP) na semana passada. O trabalho aponta evidências de que mamíferos obesos apresentam falhas na transmissão de sinais em neurônios que controlam a saciedade. Essas falhas podem ser determinantes para a prevalência da obesidade. Até então se achava que o exercício físico aumentaria o gasto energético e que, apenas por isso, provocaria a diminuição do peso. O estudo, intitulado “Sistema nervoso central e o controle da ingestão alimentar: o papel do exercício físico”, foi realizado por Eduardo Rochete Ropelle, pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Obesidade e Diabetes. “O papel do exercício pode ir além da simples queima de calorias. Pode causar uma melhora no sistema nervoso, controlando a saciedade e diminuindo o apetite. Em outras palavras, é possível que a atividade física controle o outro lado da balança”, disse Ropelle à Agência FAPESP. Devido ao grande número de pessoas interessadas, o trabalho de Ropelle foi apresentado em dois dias na reunião da Fesbe. O estudo, segundo o pesquisador, é um projeto paralelo ao seu doutorado, que tem apoio da FAPESP, intitulado “Caracterização da transmissão do sinal da insulina e da leptina no hipotálamo de ratos com tumor de Walker 256”. “O estudo sobre a atividade física está dentro da discussão da minha pesquisa – que trata do controle da ingestão alimentar –, mas no caminho inverso porque no doutorado abordo a anorexia promovida por pacientes com câncer”, explicou, ao destacar a contribuição do seu orientador José Barreto Campello Carvalheira, também da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. A base do trabalho envolve dados sobre a ação de certos hormônios, como a insulina e a leptina, sobre o cérebro. O sistema nervoso central é considerado a “caixa preta” do controle energético. O hipotálamo (que entre outras funções controla a temperatura corporal) é a principal estrutura do cérebro responsável pelo controle da ingestão alimentar. Segundo Ropelle, várias evidências indicam que dietas ricas em ácidos graxos saturados causam problemas na transmissão de alguns hormônios, como insulina e leptina, no sistema nervoso central. “Esses hormônios controlam a saciedade e, à medida que a pessoa ingere gordura em excesso, essa sinalização é perdida. Assim, alguns fenômenos intracelulares acontecem impedindo a ação hormonal”, explicou. Até agora se estimava que o gasto energético provocado pela atividade física seria a principal arma para combater e tratar a obesidade. “O que propomos é que, além de promover o gasto energético, o exercício físico também é capaz de modular esses hormônios no sistema nervoso central”, disse. A atividade física seria capaz de reverter esse fenômeno, possibilitando que o paciente volte a ter a transmissão do sinal para a saciedade. Nos testes feitos com animais obesos, submetidos a uma dieta rica em gordura, os hormônios perderam a capacidade de regular o apetite, ou seja, a obesidade envolveria um círculo vicioso comportamental: quanto mais se come, mais se quer comer. A atividade fez com que a sinalização do apetite no cérebro dos animais voltasse a níveis normais. Esse efeito durou de 12 a 16 horas. “Observamos que animais obesos submetidos à atividade física voltam a comer na mesma proporção que o animal magro. À medida que ele faz o exercício, parece que ele volta a entender a hora de parar, voltando a comer nos níveis considerados normais”, destacou. A pesquisa é inteiramente experimental e não foi testada em humanos. Algumas evidências, de acordo com o autor, mostram que em seres humanos o exercício físico é capaz de alterar o comportamento alimentar, mas a avaliação é mais complexa. “É muito difícil acompanhar e colocar um valor numérico no caso de testes em humanos, porque, ao colocar alguém para fazer atividade física e dizer a ele que vai controlar a ingestão alimentar, tira-se a condição natural. No animal, fica mais fácil e é um bom modelo metabólico de obesidade induzida por dieta”, disse. A explicação para a redução da ingestão alimentar e do peso corporal nos roedores submetidos à atividade física pode ser atribuída à interleucina-6, uma molécula produzida no hipotálamo em resposta ao exercício. De acordo com o estudo, o animal que faz exercício tem o nível de interleucina-6 aumentado no tecido hipotalâmico, sendo ela responsável por melhorar a sensibilidade de insulina e leptina. “Sabe-se que o prejuízo causado pela dieta na sinalização desses hormônios é mediado por um processo inflamatório. E a interleucina-6 é capaz de aumentar a expressão de uma outra proteína, a interleucina-10, sendo que, essa sim, tem uma atividade antiinflamatória”, disse Ropelle. Segundo o pesquisador, a atividade física pode ser benéfica para o “apetite dos obesos”. Haveria uma espécie de equilíbrio dinâmico para evitar tanto o acúmulo excessivo de energia quanto o gasto excessivo. Os resultados apresentados pelo estudo são inéditos na literatura científica, aponta Ropelle, e foram submetidos para publicação na revista Nature Neuroscience.

Para saber mais, fonte: Agência FAPESP

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Liraglutide pode ajudar obesos a perderem peso

O estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo pesquisou os efeitos do liraglutide sobre a perda de peso corporal e a tolerabilidade do medicamento nos indivíduos obesos sem diabetes tipo 2. Foi realizado um seguimento de 20 semanas, com a participação de 564 indivíduos (18-25 anos de idade, índice de massa corporal 30-40 kg/m²) os quais receberam de uma a quatro doses de liraglutide (1,2mg; 1,8mg;  2,4mg; 3,0mg) ou placebo (n=98), administradas uma vez ao dia por via oral, ou orlistat (120 mg, n=95), administrado 3 vezes ao dia por via oral. Todos os participantes reduziram 500 calorias na sua ingestão diária de energia e aumentaram a atividade física ao longo da pesquisa. Como resultados, os participantes em uso de liraglutide obtiveram a maior perda de peso, comparados àqueles em uso de placebo ou orlistat. A perda média de peso foi de 4,8kg; 5,5kg; 6,3kg ou 7,2kg com as doses de 1,2; 1,8; 2,4 ou 3,0mg de liraglutide, respectivamente. Com orlistat a média de perda de peso foi de 4,1kg. Com o placebo, 2,8kg. O liraglutide também reduziu a pressão arterial (com todas as doses usadas) e a prevalência de pré-diabetes. Náuseas e vômitos foram os principais efeitos colaterais, mais frequentes naqueles que usaram liraglutide, mas foram transitórios e raramente associaram-se à descontinuação do tratamento. O liraglutide mostrou reduzir o peso corporal de maneira significativa, melhorar certos fatores de risco relacionados à obesidade e reduzir o pré-diabetes.

Para saber mais (fonte): News.med.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Estudo aponta que imposto sobre refrigerantes reduz número de obesos

refrigerantes Um imposto de 1% a cada 30 gramas de refrigerante poderia frear a epidemia de  obesidade nos Estados Unidos e levar ao governo uma renda extra de US$ 15 bilhões por ano. Esse é o resultado de um estudo publicado no "New England Journal of Medicine". O presidente mundial da Coca-Cola, Muhtar Kent, reagiu à pesquisa. Para ele, todos os seus produtos são "saudáveis" e apenas exercícios físicos combaterão a obesidade. O debate em torno da taxa sobre calorias vem ganhando espaço nos EUA e Europa. Em Washington, o presidente Barack Obama insinuou que seria favorável à proposta. Em cidades europeias, restaurantes de fast-food poderão começar a ser taxados. No estudo publicado pelos maiores especialistas em obesidade nos EUA, o resultado de pesquisas em escolas de todo o país provou que a taxa teria resultados positivos para reduzir o consumo, além de financiar parte da reforma no sistema de saúde norte-americano - isso porque os gastos com pessoas obesas seriam reduzidos. "Isso seria ridículo", disse Kent. "Nunca funcionará uma política do governo dizendo o que devemos ou não comer. Temos uma linha de 400 marcas, todas saudáveis. O mais importante é a atividade física." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para saber mais, fonte: Ciência e Saúde