quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Controlar índice de açúcar no sangue reduz risco cardíaco em diabéticos, diz pesquisa

Uma pesquisa divulgada  no congresso mundial da ADA (American Diabetes Association), em São Francisco, sustenta que diabéticos que controlam baixos níveis de açúcar no sangue contribuem para reduzir os riscos de morte por doenças no coração. O estudo, batizado de "Advance", foi realizado com 11.140 diabéticos do tipo 2 com risco ou histórico de problemas cardíacos. A pesquisa afirma ter encontrado o nível ideal do controle glicêmico --6,5% da hemoglobina glicada (uma análise do sangue que mede a concentração de glicose nos últimos três meses). Esse índice, segundo o estudo, reduz em 12% o risco de morte por problemas cardíacos e ainda diminuiu em 14% a possibilidade de diabéticos desenvolverem problemas macrovasculares (coração) e em 6% de microvasculares (em pequenos vasos, como retina e rins). As conclusões contestam um estudo do governo norte-americano publicado em fevereiro, que afirmou ter detectado mais mortes por eventos cardíacos em pacientes que tiveram o índice glicêmico controlado em 6,4%. O estudo "Accord", feito com 10 mil portadores de diabetes do tipo 2 e divulgado em fevereiro de 2008, concluiu que o controle glicêmico em 6,4% aumentou o risco de morte. Os pesquisadores chegaram a interromper a pesquisa por causa do índice de mortes considerado alto. Além de contestar os resultados do "Accord", o "Advance" conclui ainda que, com a manutenção do índice glicêmico em 6,5%, caiu em 30% o número de complicações renais nos pacientes. "Esse é um dado bom, porque cerca de 75% dos diabéticos acabam desenvolvendo problemas nos rins em algum momento", disse o médico Leão Zagury, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e autor do livro "Diabetes sem Medo". Durante os testes, os pesquisadores australianos utilizaram nos pacientes a substância glicazida MR (medicamento usado para reduzir o nível de glicemia) combinado a uma dieta balanceada e exercícios físicos regulares. Com essa fórmula, a pesquisa afirma ter chegado à diminuição da incidência de eventos e da mortalidade por problemas cardíacos em 12%.

Para saber mais (fonte): Folha Online

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