quarta-feira, 4 de junho de 2008

Responsabilidade pelo excesso de peso não é só do obeso, diz especialista

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 400 milhões de pessoas no mundo são obesas. O número não pára de aumentar, mas o perfil das pessoas com excesso de peso, tem se alterado. Assim como as abordagens dos médicos para combater o problema."Entre 1975 e 2003, houve um crescimento importante na prevalência de obesidade principalmente entre os homens", afirma Rosely Sichieri, médica e professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)."Se o fenômeno inicialmente se concentrava entre as mulheres, hoje já presenciamos uma redução entre aquelas de classes mais altas e regiões mais ricas do país", pontuou a pesquisadora durante o painel "Epidemia mundial de obesidade", realizado neste terça-feira (3) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pela Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma).Um estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA, pode ajudar a explicar porque algumas pessoas não engordam apesar de comer muito. Testes realizados com vermes C. elegans em laboratório indicam que sistemas independentes do organismo controlam a quantidade de alimento consumido e o metabolismo da gordura (o quanto o verme vai engordar). As descobertas podem servir de base para o desenvolvimento de estratégias contra a doença. "A obesidade é uma questão multidisciplinar", lembrou Táki Cordás, psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (Ambulim) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). O psiquiatra enfatizou que, ao contrário da crença antiga de que a obesidade seria um sintoma de problemas psiquiátricos, hoje ela é encarada como desencadeadora de alterações psicossociais e psiquiátricas, como distúrbios da imagem corporal e depressão. Segundo ele, quanto maior o grau de obesidade, maior o risco de transtornos psiquiátricos. Cordás revelou também que entre 25% e 30% dos obesos têm transtorno de compulsão periódica, ou seja, não conseguem se controlar diante da comida. Outro transtorno apontado como bastante comum entre esse grupo é a síndrome do comer noturno, na qual a pessoa levanta-se durante a madrugada e come tudo que encontra pela frente, muitas vezes, esquecendo-se do fato na manhã seguinte.

Para saber mais (fonte): Ciência e Saúde

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