quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Álcool e desnutrição

Os pais têm um motivo a mais para se preocupar com o consumo excessivo de álcool por seus filhos adolescentes. Experimentos em ratos feitos por pesquisadores do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) indicam que o consumo da substância nessa fase da vida leva à redução da ingestão de alimentos e repercute negativamente no desenvolvimento nutricional. Por meio de medições semanais e diárias, observou-se que os ratos submetidos à solução hidroalcoólica de 20% consumiram menor quantidade de ração, enquanto os animais que só dispunham de água alimentaram-se normalmente. “Nos primeiros, o consumo de comida diminuiu, assim como o peso corporal, o percentual de gordura e a quantidade de albumina no corpo, uma das proteínas indicadoras de desnutrição", diz Rolim.  "A ingestão de álcool repercute de forma negativa no estado alimentar de adolescentes, justamente nessa fase em que as necessidades nutricionais são elevadas”, completa a nutricionista. Nos ratos que ingeriram solução hidroalcoólica a 10%, não foram observados efeitos significativos. No entanto, a nutricionista acredita que, com maior tempo de exposição, a solução poderia causar danos aos animais. A pesquisadora explica que, por se tratar de uma substância tóxica, o álcool lesa os órgãos do trato gastrointestinal (principalmente fígado e estômago), o que acaba afetando a nutrição. Segundo ela, o etanol também afeta a metabolização dos nutrientes. Rolim quer estudar agora outras bebidas alcoólicas e diferentes grupos etários e sexuais. Em seu doutorado, ela pretende testar soluções hidroalcoólicas equivalentes à cerveja e ao vinho, bebidas com teor alcoólico menor do que o estudado na primeira fase da pesquisa (aproximadamente 6%), observando seus efeitos em crianças, gestantes e idosos. “Um importante passo é a realização de testes com ratos do sexo feminino, uma vez que, atualmente, o consumo de bebidas alcoólicas entre homens e mulheres já não é tão discrepante.”

Para saber mais (fonte): Ciência Hoje

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